Presa na Operação Lava Jato, a cunhada do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, Marice Corrêa de Lima, prestou depoimento na tarde desta segunda-feira (20) à Polícia Federal, e negou qualquer tipo de participação no esquema de desvio de dinheiro na Petrobras.
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Presa desde sexta (17), ela é suspeita de ser uma emissária do ex-tesoureiro e de ter participação nos desvios da Petrobras. A movimentação financeira dela foi considerada incompatível com sua renda, e há registro de uma entrega de dinheiro pelo doleiro Alberto Youssef a Marice.
Em duas horas de depoimento, Marice sustentou que seu patrimônio teve origem lícita, e afirmou que todos os seus bens estão declarados no Imposto de Renda, segundo o advogado Claudio Pimentel.
Ela também negou ter recebido valores de Youssef. "Não é verdade, não aconteceu", disse Pimentel à imprensa, na saída do depoimento.
A cunhada de Vaccari também justificou a demora de dois dias para que se apresentasse à PF a fim de cumprir a ordem de prisão -o que levantou a hipótese, entre os investigadores, de que ela estivesse ocultando provas ou transferindo dinheiro no exterior.
Marice disse que estava no Panamá para participar do Fórum Sindical das Américas. Ela ocupa o cargo de coordenadora financeira da CSA (Confederação Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras das Américas). A entidade confirma sua participação no congresso.
O evento ocorreu no dia 9 de abril, mas Marice viajou antes, no dia 5. Encerrado o fórum, ela permaneceu no Panamá, de férias -concedidas a partir do dia 13.
A prisão temporária da investigada vence nesta terça (21). O juiz Sergio Moro, que conduz o caso na Justiça Federal do Paraná, deve decidir ainda no feriado se a liberta ou se converte sua prisão para preventiva (sem data para saída).