Quatro policiais federais se preparam para buscar Henrique Pizzolato na Itália na semana que vem. A ideia é trazê-lo para Brasília até a sexta-feira (1º).
Uma das datas do embarque do ex-diretor do Banco do Brasil, condenado no julgamento do mensalão a 12 anos e 7 meses de prisão, é quinta-feira.
O martelo ainda não foi batido porque a PF não decidiu se tratará o preso em avião de carreira, como é usual nesses casos, ou em aeronave do governo.
Integrantes da polícia só optarão pela primeira alternativa se houver alguma segurança de que o transporte em um avião com muitos passageiros brasileiros não causará tumulto.
EXTRADIÇÃO - Pizzolato teve sua extradição autorizada pelo governo italiano nesta sexta (24). Ele havia fugido para a Itália com documentos falsos para não ser preso, mas acabou localizado pela Polícia Federal e detido em uma operação da Interpol no ano passado.
A decisão do governo Matteo Renzi já foi comunicada, por canais diplomáticos e da Interpol, ao governo brasileiro. Não cabe mais recurso. Após a comunicação oficial ao governo brasileiro, que deve ocorrer ainda nesta sexta (24), via chancelaria dos dois países, o Brasil terá 20 dias para transferi-lo.
É a primeira vez que a Itália extradita um cidadão nacional para o Brasil.
A decisão do governo italiano pôs fim a uma intensa especulação de que a Itália poderia dar o "troco" pelo caso do ex-terrorista Cesare Battisti, cuja extradição foi negada pelo governo Lula em 2010, e encerra também uma novela com quase vinte meses de duração.
CONDENAÇÃO DE HENRIQUE PIZZOLATO
CRIMES Corrupção passiva, peculato (desvio de dinheiro público) e lavagem de dinheiro
PENA 12 anos e 7 meses de prisão em regime fechado, mais uma multa de R$ 1,3 milhão
O QUE ELE FEZ Em 2003 e 2004, o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil autorizou o repasse de R$ 73,8 milhões que a instituição tinha no fundo Visanet para a DNA, agência de publicidade do empresário Marcos Valério que tinha contrato com o BB e foi usada para distribuir dinheiro a políticos. Pizzolato recebeu R$ 336 mil do esquema
O QUE ELE DISSE Pizzolato afirmou durante o julgamento que o dinheiro que recebeu era destinado ao PT e foi entregue a um emissário do partido. Ele se queixou do fato de que outros executivos do banco autorizaram repasses de recursos do Visanet e não foram processados. Ele nega que o dinheiro tenha sido desviado para o mensalão.