O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta quinta-feira (30) que não vai interferir judicialmente na investigação da Operação Lava Jato. A declaração consta na decisão na qual o ministro prorrogou por 60 dias as investigações sobre políticos citados pelos delatores do esquema de desvios na Petrobras.
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No despacho, Zavascki disse que a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Polícia Federal (PF) devem conduzir a investigação em harmonia, sem arbitragem judicial. O ministro negou pedido da PGR para que os delegados informem o andamento da investigação passo a passo. “É do mais elevado interesse público e da boa prestação da Justiça que a atuação conjunta do Ministério Público e das autoridades policiais se desenvolva de forma harmoniosa, sob métodos, rotinas de trabalho e práticas investigativas adequadas, a serem por eles mesmos definidos, observados os padrões legais.", decidiu o ministro.
Antes da decisão do ministro, a PGR e a PF divergiram na condução dos inquéritos que investigam deputados e senadores citados na Lava Jato. No início do mês, a Procuradoria-Geral informou o ministro que os delegados não seguiram a ordem de depoimentos estabelecida pela procuradoria, conforme a estratégia da investigação. A PGR chegou a pedir aos delegados o adiamento das oitivas, mas a PF informou que era necessária uma decisão judicial.
Na ocasião, a Polícia Federal disse que as diligências são cumpridas integralmente, conforme determinação do Supremo. De acordo com a PF, os delegados não receberam do Ministério Público Federal nenhuma ordem de preferência para a tomada dos depoimentos. A PF também ressaltou que as oitivas são acompanhadas por procuradores. A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal também manifestou-se e criticou o pedido de adiamento e classificou a medida de interferência indevida no órgão.