O presidente da Construtora OAS, José Adelmário Pinheiro Filho, e o ex-presidente do Conselho de Administração da Camargo Corrêa João Ricardo Auler decidiram permanecer em silêncio e foram dispensados nesta terça-feira (26) de prestar depoimentos à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras.
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Adelmário e Auler foram presos na operação Lava Jato e atualmente estão em prisão domiciliar. O presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), justificou a dispensa dos empreiteiros como forma de otimizar os trabalhos da comissão.
“É uma decisão tomada de forma racional. Não estou aqui para defender teatro. Quando começamos, diziam que os empreiteiros não viriam aqui, e olha quem está vindo. Esta é uma CPI séria. Esta é uma decisão que está tomada e não vou recuar disso”, argumentou Motta depois de receber críticas de alguns deputados por dispensar os depoimentos.
Para o deputado Aloisio Mendes (PSDC-MA), os parlamentares devem ter o direito de fazer perguntas, mesmo que os depoentes manifestem o direito de permanecerem calados.
“Temos o direito de perguntar. Todos que vieram aqui e decidiram ficar calados, em algum momento disseram alguma coisa. Minha preocupação é que possa parecer para a sociedade que há uma grande organização aqui para poupar os empreiteiros. Queremos ter oportunidade de extrair dessas pessoas algum dado importante para a CPI, por isso peço que o senhor reveja essa decisão”, disse Mendes ao presidente da CPI.
Das oitivas marcadas para hoje, o único a falar foi o ex-vice-presidente da Camargo Côrrea Eduardo Hermelino Leite. Segundo ele, atualmente em prisão domiciliar, o pagamento de propina era uma “condição de funcionamento” na relação das empreiteiras com a Petrobras. Leite falou aos membros da CPI por mais de quatro horas.