Após participar de reunião com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, o presidente da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), Clésio Andrade, disse concordar com o ajuste fiscal, mas acrescentou que o país precisa de algumas “vitaminas” para evitar o aprofundamento da crise econômica. Ele apresentou ao ministro proposta que prevê investimentos, nos próximos anos, de R$ 1 trilhão em transportes e logística. Segundo ele, do total de investimentos previstos, cerca de R$ 500 bilhões ficariam sob a responsabilidade do setor privado.
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“Pontualmente, há algumas questões de que discordamos, como a desoneração da folha de pagamentos do setor de transportes, que é um grande empregador. Mas, especificamente, mostramos para o ministro que esse ajuste fiscal está criando um processo recessivo e precisamos de algumas vitaminas. O Brasil vem de um círculo virtuoso de distribuição de renda, mas que quase acabou quebrando o país. ”, disse.
Além de Clésio Andrade, participaram da reunião com Levy dirigentes de confederações nacionais do setor produtivo e da área financeira.
Segundo Andrade, o plano CNT de logística e transporte, entregue a Levy, envolve mais de dois mil projetos. “É uma forma de amenizar a recessão”, disse. Segundo o presidente da CNT, a mensagem levada a Joaquim Levy foi a de que, até o ano passado, existia uma realidade bem diferente na economia: agora, no entanto, é necessário que o governo faça os ajustes”.
“Todos [da reunião] concordamos: os investimentos são necessários e isso não depende somente [do ministro]. Na área de transportes existem hoje 13 órgãos para regular o setor. Há vinte anos era só o Ministério dos Transportes. O governo tem que reavaliar rapidamente essa questão. Não existe a mínima condição de investimentos com todos esses órgãos regulando o setor”, enfatizou.
Sobre o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) – antigo Conselho de Contribuintes, outro tema na pauta da reunião com o ministro Levy, o presidente da CNT disse que as confederações estão trabalhando para contribuir com a reformulação e modernização do órgão.
O Presidente da confederação nacional do comércio (CNC), Antonio Oliveira Santos, disse, após participar da reunião, que passou a ter mais confiança nas mudanças previstas no Carf visando a modernização do órgão depois que ouviu os argumentos de Levy. O ministro Joaquim Levy não se pronunciou sobre o encontro.
Participaram da reunião com o ministro Levy, os seguintes presidentes de confederações: da confederação nacional do comércio (CNC), Antonio Oliveira Santos; da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade; da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins da Silva Júnior; da Confederação de Transportes (CNT), Clésio Andrade; da Confederação Nacional das Instituições Financeiras, Carlos Trabuco; da Federação Nacional de Saúde Suplementar, Márcio Serôa; e da Confederação Nacional de Saúde, Renato Merolli.