RUI-FALCÃO

Congresso faz 'contrarreforma', afirma presidente do PT

Na quarta-feira (27), a Câmara aprovou, por 330 votos a favor e 141 contra, a inclusão de artigo na Constituição que permite doações eleitorais de empresas

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Publicado em 31/05/2015 às 18:21
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Na quarta-feira (27), a Câmara aprovou, por 330 votos a favor e 141 contra, a inclusão de artigo na Constituição que permite doações eleitorais de empresas - FOTO: Foto: Divulgação/PT
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O presidente nacional do PT, Rui Falcão, classificou de "contrarreforma" a reforma política que tramita no Congresso Nacional e voltou a defender a instalação de uma Assembleia Constituinte para analisar o tema.

"Nós sabemos que o Congresso que está aí não ia fazer reforma, está fazendo uma contrarreforma. É um escândalo você ter financiamento de empresa para campanha, isso é a porta de entrada para a corrupção", disse Falcão após participar de encontro estadual do PT no Recife, neste domingo (31).

Na quarta-feira (27), a Câmara aprovou, por 330 votos a favor e 141 contra, a inclusão de artigo na Constituição que permite doações eleitorais de empresas.

A aprovação foi possível após uma manobra do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Na véspera, o plenário havia dado um apoio insuficiente para aprovar a medida: 226 votos a favor, menos que os 308 necessários para que haja mudanças na Constituição.

Após a votação, um grupo de 61 parlamentares do PT, PSB, PC do B, PPS, PSOL e Pros afirmou ter entrado no STF (Supremo Tribunal Federal) com um mandado de segurança para derrubar a emenda que inclui o financiamento privado de campanha na Constituição.

Rui Falcão não quis comentar as investigações da Polícia Federal sobre a relação entre o empresário Benedito de Oliveira Neto, o Bené, e o PT. "Não vou fazer menção a fatos que eu desconheço", disse o petista.

Bené, que foi preso nesta sexta-feira (29) pela Polícia Federal, é suspeito de associação criminosa. Suas empresas receberam ao menos R$ 525 milhões em contratos com o governo federal desde 2005.

AJUSTE FISCAL - No encontro deste domingo, um grupo de petistas levou uma faixa em protesto contra as medidas de ajuste fiscal do governo federal.

A faixa dizia: "Ação petista: abaixo o plano Levy, não às MPs 664 e 665", em referência ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e às medidas provisórias aprovadas na semana passada, que alteram o cálculo da aposentadoria e restringem o acesso ao seguro-desemprego.

"Essas questões são de correntes dentro do partido", minimizou o senador Humberto Costa (PT).

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