Investigação

CPI vai pedir retenção do passaporte de ex-representante da SBM Offshore

O ex-representante da empresa holandesa afirmou que está contribuindo com os procuradores e explicou que o acordo de delação premiada ainda não foi homologado

Da ABr
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Publicado em 09/06/2015 às 14:13
Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados
O ex-representante da empresa holandesa afirmou que está contribuindo com os procuradores e explicou que o acordo de delação premiada ainda não foi homologado - FOTO: Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados
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O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, Hugo Motta (PMDB-PB), disse que irá pedir à Justiça a retenção do passaporte do empresário Júlio Faerman, ex-representante no Brasil da empresa holandesa SBM Offshore, para garantir que ele compareça à comissão após a homologação do acordo de delação premiada firmado por Faerman com o Ministério Público Federal (MPF). Motta tomou a decisão após integrantes da CPI terem levantado suspeita de que o empresário, que atualmente mora em Londres, não irá comparecer à um novo depoimento, mesmo após Faerman ter declarado que irá atender ao pedido da comissão. 

“Toda vez que for convocado, eu vou estar aqui. Vou cumprir o que a lei manda”, garantiu o depoente. Essa foi a sgeunda convocação dele e a única em que compareceu, porém ficou em silêncio após ter conseguido habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Faerman explicou que teme que alguma informação possa comprometer sua defesa ou ainda prejudicar o acordo de delação premiada firmado em maio . Faerman ainda explicou que é residente no Reino Unido, mas não tem cidadania europeia.

O ex-representante da empresa holandesa afirmou que está contribuindo com os procuradores e explicou que o acordo de delação premiada ainda não foi homologado. Ao explicar as razões de não ter comparecido na primeira convocação feita pela CPI, em março, Faerman reiterou que não recebeu qualquer documento sobre a audiência. “Gostaria de esclarecer que tão logo recebi a convocação [para o atual depoimento] coloquei-me à disposição das autoridades. Soube pela imprensa de que havia sido convocado anteriormente, convocação a qual jamais recebi. Peço desculpas se estes fatos levaram a errônea impressão que me negava a ter prestado depoimento”, afirmou.

Para minimizar reações de integrantes da CPI que acusaram a defesa de Faerman de adotar estratégia de “esperteza” para evitar o depoimento, o empresário afirmou que reconhece “os poderes investigatórios dessa CPI, que presta grandes serviços aos esclarecimentos dos fatos” e acrescentou que tem “real intenção de colaborar com as investigações e com trabalho da comissão, mas de forma compatível com acordo de delação firmado”.

Faerman, que é acusado de agir como lobista e operador de propina paga a diretores da Petrobras no valor de mais de US$ 100 milhões em troca de favorecimento em contratos com a estatal, ainda rechaçou as acusações. “Venho sendo equivocadamente identificado como lobista, algo que nunca fui”, disse. O empresário, de 77 anos, destacou que é formado em engenharia e entrou para a Petrobras em 1974 para participar de um curso de pós-graduação em engenharia de petróleo. Segundo ele, foi integrado ao quadro ao ser aprovado em segundo lugar em um concurso.

O empresário afirmou ainda que deixou a estatal em função de problemas de saúde de seu filho e que, em 1975, fundou a empresa Cerpetro. Faerman explicou que a experiência no setor motivou o convite para que sua empresa se tornasse representante da SBM no Brasil. “Meus trabalhos resultaram em ganhos expressivos a Petrobras”, disse.

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