Após a bronca do ex-presidente Lula pela aprovação da convocação do presidente de seu instituto, Paulo Okamotto, petistas compareceram em peso à sessão da CPI da Petrobras nesta terça-feira (16) e protestaram contra as votações da semana passada.
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A sessão começou por volta das 10h, com o objetivo de ouvir depoimentos de dois ex-funcionários da empresa Sete Brasil, mas os petistas pediram a leitura da ata da última reunião e passaram a fazer críticas sobre a votação, que teve dentre os requerimentos aprovados a convocação de Okamotto.
Durante o 5º Congresso do PT na semana passada, Lula reclamou a parlamentares petistas da falta de articulação da bancada que permitiu a convocação do presidente de seu instituto.
Nesta terça, todos os seis petistas integrantes da CPI compareceram, ao contrário de reuniões anteriores em que a presença estava sendo menor.
O deputado Afonso Florence (PT-BA), vice-líder da legenda na Câmara, reclamou que não constava da ata a "coincidência" de a sessão do plenário da Câmara ter sido suspensa quando a votação ocorreu na CPI -se o plenário da Casa estivesse discutindo a ordem do dia, a CPI não poderia fazer votações, segundo o regimento da Câmara.
O deputado Valmir Prascidelli (PT-SP) chegou a questionar se haveria pertinência do caso da aquisição da refinaria de Pasadena pela Petrobras ser analisado pela CPI, negócio que causou prejuízo à estatal.
As reclamações dos petistas atrasaram o início dos depoimentos e provocaram discussões com os demais integrantes da comissão. Até as 12h, os depoimentos ainda não haviam começado.
O deputado Izalci (PSDB-DF) atribuiu os protestos ao fato de que Lula "deu uma esculhambação geral nos seus empregados ou nos seus comandados. Inclusive chegou ao cúmulo de chamar a atenção do vice-presidente da República [Michel Temer, do PMDB]".
Na última quinta (11), o ex-presidente telefonou para Temer e reclamou da convocação de Okamotto. Em tom de cobrança, o ex-presidente quis saber o que havia acontecido para que a convocação do presidente do Instituto Lula fosse aprovada.
O presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), disse que não iria admitir "ilação" sobre sua atuação e afirmou que Temer nunca lhe telefonou para interferir na CPI.