Após afirmar que negociava com governadores uma nova forma de arrecadação de recursos para a saúde inspirada na extinta CPMF, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, negou nesta quarta-feira (17) que um novo modelo de financiamento do setor esteja em discussão pelo governo federal.
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"Não há nenhuma discussão no âmbito do governo sobre modalidades de financiamento", disse, após participar do Simpósio Nacional de Saúde, na Câmara dos Deputados. "Estamos acompanhando a discussão que está sendo feita pela sociedade e pelo Congresso."
A declaração ocorre cinco dias depois da proposta de uma reedição da CPMF, defendida durante o 5º congresso do PT, em Salvador, ter gerado uma queda de braço entre o governo e a cúpula do partido.
Na ocasião, Chioro disse já ter conversado com a maioria dos governadores sobre a proposta de um novo modelo de financiamento inspirado no antigo tributo, conhecido como "imposto do cheque", cujos valores eram destinados integralmente à saúde.
Uma ideia seria estabelecer um piso de movimentação financeira sobre a qual incidiria a taxação. Caso aprovado, o tributo não recairia sobre a classe média, afirmou na sexta-feira (12).
Após as declarações, o Ministério da Saúde emitiu nota em que negou que haja qualquer estudo sobre o tema.
Chioro, porém, nega que tenha havido um recuo. E voltou a dizer nesta quarta que a sociedade precisa discutir a "sustentabilidade" do setor.
"Esse debate a sociedade precisa fazer no Congresso Nacional. Mais do que marcar qualquer modalidade, é fazer com que a sociedade discuta como garantir a sustentabilidade do SUS", disse.