O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), considerou um “avanço” a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) que concedeu, pela primeira vez, prazo de 30 dias para que a presidenta da República, Dilma Rousseff, apresente explicações acerca de indícios de irregularidades nas contas do governo de 2014.
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“Se é a primeira vez, é um avanço consagrado que devemos comemorar. Do ponto de vista do Tribunal de Contas [da União], essa decisão consagra um avanço, mas cria, sobretudo, uma oportunidade para que as informações cobradas sejam prestadas e definitivamente se esclareça a questão”, disse Calheiros.
O senador argumentou que o país passa por um momento de “ativismo” dos Poderes e portanto considerou normal que o TCU também “viva o seu momento”. “Com certeza é o momento de ativismo dos Poderes. Não há como, na [atual] realidade nacional, que o Congresso não seja o Congresso, que a Presidência da República não seja a Presidência da República, que o Judiciário não seja o Judiciário e que Tribunal de Contas não seja Tribunal de Contas”, ressaltou.
Já o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que para comentar as contas do governo, o Congresso deve cumprir o papel constitucional de julgar os gastos, algo que não tem sido feito desde 2002. “O que precisa ser feito, até para poder emitir opinião, é o Congresso fazer o juízo das contas. Que possamos por para votar as [contas] atrasadas e ter a regularidade do tratamento. Aí sim, podemos comentar da forma legislativa qualquer eventual decisão que o Tribunal de Contas tome”.