O delegado da Polícia Federal, Igor Romário de Paula, disse hoje (19) que, até o momento, nove pessoas foram presas na 14ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada na manhã de hoje (19).
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Foram cumpridos nove mandados, de um total de oito de prisão preventiva e quatro de prisão temporária, em quatro estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. De acordo com o delegado, foram presos preventivamente Marcelo Odebrecht, dono e presidente da construtora Odebrecht, Márcio Faria da Silva; o presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo; além de Rogério de Santos Araújo e João Antônio Bernard Filho. O executivo da Odebrecht Cesar Ramos Rocha é um dos que ainda não foram localizados.
Os mandados de prisão temporária cumpridos foram de Alexandrino Sales Alencar, Antônio Pedro de Souza, Flávio Lúcio Magalhães e Maria Cristina da Silva Jorge.
O delegado informou que há indícios “bem concretos” contra os dirigentes das empresas e que os documentos revelam que eles tinham "domínio completo" de atos que levaram à formação de cartel e fraude em licitações, além de pagamento de propinas. Igor Romário lembrou que na sétima fase da Lava Jato, já houveram ações de busca e apreensão na sede da Odebrecht.
Para o delegado, a nova etapa da Lava Jato serve como recado de que nenhuma empresa, independentemente do seu tamanho, ficará imune de ser investigada. “A ideia é trazer um recado claro de que a lei vale para todos, não importa o tamanho da empresa e o destaque na sociedade, sua capacidade de influência e de poder econômico. Isso jamais será motivo para permanecerem impunes”, disse o delegado, em entrevista coletiva.
Segundo o procurador da República Carlos Fernando dos Santos, há indicativos suficientes para que fossem pedidas as prisões preventivas. "Devemos punir todos os que são responsáveis, as empresas, na área civil e por improbidade administrativa, e os dirigentes e todos os que estão envolvidos no âmbito penal", disse o procurador.
A 14ª fase da Operação Lava Jato, denominada Erga Omnes, expressão latina no meio jurídico para indicar que os efeitos da lei atingem a todos os indivíduos, é uma referência ao fato de as investigações alcançarem, mais de um ano depois de deflagrada a primeira fase da operação, as duas maiores empreiteiras do país, a Odebrecht e a Andrade Gutierrez.