A presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou nesta sexta-feira (19), em Camaçari (a 40 km de Salvador), que o governo federal está empenhado para que o ajuste fiscal em curso aconteça o "mais rápido possível".
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Dilma voltou à Bahia pela segunda vez em uma semana para participar da inauguração de um complexo de três fábricas da multinacional Basf, no Polo Industrial de Camaçari.
Exaltando a importância da iniciativa para equilibrar as finanças do país, Dilma destacou a atuação do Congresso na votação do ajuste e afirmou que o projeto das desonerações está "em aprovação".
"Numa grande parceria com deputados e senadores, conseguimos aprovar os projetos [do ajuste fiscal] que enviamos, sendo dois aprovados e um ainda em aprovação", afirmou.
O projeto da desoneração seria votado nesta quinta-feira (18), mas acabou sendo adiado após senadores brasileiros serem hostilizados em Caracas, na Venezuela.
Em vez de votar o projeto de interesse do governo, que revê a desoneração da folha de pagamento concedida a 56 setores da economia, os deputados aprovaram uma moção de repúdio ao incidente na capital venezuelana.
A votação do projeto ficou para a próxima semana, mas pode ser adiada mais uma vez por causa das festas juninas do Nordeste. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pretende abonar as faltas dos deputados nordestinos.
CONCESSÕES
Acompanhada dos ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Jaques Wagner (Defesa), Dilma afirmou que o ajuste vai "fortalecer as bases do crescimento, corrigindo o que tem que corrigir".
E destacou as parcerias com a iniciativa privada, citando o programa de concessões anunciado há dez dias que prevê investimentos de R$ 198 bilhões.
Ao falar das concessões, prometeu um tratamento "todo especial" ao porto de Aratu, em Candeias (BA). Principal porto para exportação da produção da nova fábrica da Basf na Bahia, o porto está com 97% da sua capacidade ocupada no terminal de líquidos e gasosos -situação que preocupa executivos da multinacional alemã.
Maior investimento da indústria química brasileira nas últimas duas décadas, o complexo da Basf custou R$ 1,5 bilhão e vai produzir insumos para indústrias de detergentes, tintas e fraldas descartáveis.