Inquérito

STJ recebe pedido para investigar o governador de MG, Fernando Pimentel

A investigação foi solicitada pela Polícia Federal em desdobramentos da Operação Acrônimo

Da Folhapress
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Publicado em 19/06/2015 às 15:14
Foto: Ben Hider/ Agência MG
A investigação foi solicitada pela Polícia Federal em desdobramentos da Operação Acrônimo - FOTO: Foto: Ben Hider/ Agência MG
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O STJ (Superior Tribunal de Justiça) recebeu um pedido de abertura de inquérito sobre o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), por suposto crime de "lavagem ou ocultação de bens, direitos ou valores". A investigação foi solicitada pela Polícia Federal em desdobramentos da Operação Acrônimo, que apura suspeitas de desvio de recursos públicos para campanhas eleitorais.

O caso está sob sigilo no STJ. No fim do mês passado, o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, foi preso por conta de suspeitas de desvio de recursos públicos para candidatos.

A PF tratou o caso com extrema reserva para evitar dificuldade no cumprimento de alguns dos pedidos enviados para análise do STJ, como diligências e depoimentos. A reportagem apurou que, na primeira fase da operação, a PF não encontrou indícios de uma suposta ligação do governador com o caso, o que ocorreu apenas a partir da análise do material apreendido.

Ex-ministro de Desenvolvimento Econômico do governo Dilma, entre 2011 e 2014, Pimentel foi coordenador da campanha de Dilma Roussef à Presidência em 2010.

A primeira-dama de Minas Gerais, Carolina Oliveira, também é investigada na operação. A PF e o MPF indicam que ela teria uma empresa fantasma, que teria sido usada por um grupo criminoso que atuaria em campanhas políticas do PT. A defesa de Carolina nega.

O caso está nas mãos do ministro Herman Benjamin e foi enviado na noite desta quinta-feira (18) ao tribunal. Agora, o ministro deve pedir para o Ministério Público Federal se manifestar sobre as suspeitas contra o governador. O STJ é o tribunal responsável pela análise de ações envolvendo chefes dos Executivos estaduais.

CAIXA DOIS

A PF também investiga se Bené teria atuado no caixa dois de campanhas em Minas Gerais.

Os investigadores suspeitam que o dinheiro os R$ 113 mil apreendidos em uma ação em outubro passado no avião de Bené, que saíra de Belo Horizonte e pousara em Brasília, seria usado em campanhas.

Em 2010, na campanha que resultou na primeira eleição da presidente Dilma Roussef (PT), Bené alugou uma casa em Brasília que era usada pelos petistas.

Bené atua nos ramos de gráfica, publicidade e organização de eventos e manteve contratos com pelo menos dez ministérios. De acordo com a PF, o empresário preso recebeu ao menos R$ 525 milhões em contratos com o governo federal desde 2005.

Naquele ano, ele recebera apenas R$ 400 mil, mas viu seu faturamento explodir ao longo dos anos seguintes. Os maiores contratos de Bené são com o Ministério da Saúde (R$ 105 milhões), das Cidades (R$ 56 milhões) e do Desenvolvimento Social (R$ 21 milhões).

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