Operação Lava-Jato

Aloysio Nunes rebate empreiteiro e diz que não tinha influência na Petrobras

Segundo o senador, as doações foram todas legais e solicitadas ao presidente da Constran, João Santana

Da Folhapress
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Publicado em 27/06/2015 às 14:35
Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil
Segundo o senador, as doações foram todas legais e solicitadas ao presidente da Constran, João Santana - FOTO: Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil
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Citado pelo dono da construtora UTC, Ricardo Pessoa, como beneficiário de doações ilegais, de acordo com a revista "Veja", o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) divulgou nota nesta sábado (27) rebatendo a acusação, afirmando que não teria como exercer influência a favor da construtora junto à Petrobras.

O relato de Pessoa divulgado pela revista aponta que Aloysio Nunes recebeu R$ 300 mil em doações oficiais e outros R$ 200 mil em dinheiro, mas não dá detalhes sobre os motivos e a negociação para os pagamentos.

Segundo o senador, as doações foram todas legais e solicitadas ao presidente da Constran, João Santana, "meu amigo há 40 anos, que sempre participou ativamente de minhas campanhas eleitorais".

"Ocorre que, em 2010, a UTC havia se associado majoritariamente à Constran e, por isso, como me explicou ainda ontem dr. João Santana, a doação foi contabilizada em nome da empresa dirigida por Ricardo Pessoa", diz trecho da nota.

Leia abaixo a íntegra da nota.

Nota à imprensa

É preciso analisar com cuidado a lista dos políticos que teriam sido citados por Ricardo Pessoa, ex-presidente da UTC, em sua delação premiada.

Todos os citados afirmam, inclusive eu, que as doações foram legais, registradas na Justiça Eleitoral. Ate aí, não há muita diferença. O que deve guiar a análise desta lista para estabelecer as distinções é indagar quais desses políticos teriam reais condições de influenciar decisões da Petrobras que favorecessem a UTC.

Eu não teria a menor possibilidade de fazê-lo. Em primeiro lugar, não faz parte do meu repertório combinar política com negócio. Em segundo lugar, minha notória hostilidade aos governos petistas jamais me recomendaria a esse papel de intermediário junto à Petrobras.

Finalmente, quando fui candidato ao Senado pelo PSDB em 2010, ano em que a contribuição da UTC foi recebida, entregue ao meu comitê por via eletrônica, e declarada à Justiça, eu não era titular de nenhum mandato e enfrentava um desafio eleitoral dificílimo. Minhas chances de vitória eram remotas. De fato, as únicas doações que recebi foram R$ 200 mil, em 16 de julho, e R$ 100 mil, em 18 de agosto: àquela altura meu índice de intenção de votos nas pesquisas estava em torno de 2% e eu figurava em sétimo lugar entre os candidatos.

Então, como explicar as doações? Na verdade, elas foram solicitadas ao dr. João Santana, diretor presidente da Constran, meu amigo há 40 anos, que sempre participou ativamente de minhas campanhas eleitorais, desde a primeira em 1982 e até a última.

Ocorre que, em 2010, a UTC havia se associado majoritariamente à Constran e, por isso, como me explicou ainda ontem dr. João Santana, a doação foi contabilizada em nome da empresa dirigida por Ricardo Pessoa. Além do mais, em 2010, não havia Lava Jato e nem eu, nem os então dirigentes da Constran, nem a imensa maioria dos brasileiros tínhamos conhecimento das acusações que pesam hoje contra Ricardo Pessoa em razão de suas relações com a Petrobras e os governos petistas.

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