Operação Lava-Jato

Após delação de empreiteiro, líderes do PT dizem que doações foram legais

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirmou que a legenda continuará fazendo a defesa política da atuação de Vaccari, mas que a defesa "jurídica" do petista cabe aos seus advogados

Da Folhapress
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Publicado em 27/06/2015 às 17:03
Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirmou que a legenda continuará fazendo a defesa política da atuação de Vaccari, mas que a defesa "jurídica" do petista cabe aos seus advogados - FOTO: Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil
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Um dia depois de surgirem novas informações sobre o envolvimento de líderes do PT no escândalo da Petrobras, dirigentes da sigla voltaram a afirmar que as doações feitas à legenda por empresas investigadas no esquema foram legais. Houve, no entanto, uma inflexão no discurso de defesa do ex-tesoureiro do partido João Vaccari Neto, preso por suspeita de participação no esquema.

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirmou que a legenda continuará fazendo a defesa política da atuação de Vaccari, mas que a defesa "jurídica" do petista cabe aos seus advogados.

Neste sábado, a revista "Veja" informou que, em delação premiada, o presidente da UTC, Ricardo Pessoa, disse ter entregado propina a Vaccari por diversas vezes, na sede da empresa. Segundo a publicação, as incursões de Vaccari na UTC foram registradas em vídeos do sistema interno.

"Continuamos prestando solidariedade a ele", iniciou Falcão. "Vi na imprensa que têm vídeos com a presença dele lá, mas não vi esse vídeo e não vou opinar sobre isso", afirmou. "E quem faz a defesa do Vaccari, não a política, mas a jurídica, é o advogado dele", concluiu.

O presidente do PT falou sobre o assunto após uma reunião com dirigentes de outras legendas e de movimentos sociais, neste sábado (27), em São Paulo, sobre a formação de uma "frente de esquerda". Pessoas que participaram do encontro disseram que o escândalo da Petrobras e a delação de Pessoa não foram "um ponto" específico na pauta da reunião.

"Estamos discutindo a formação de uma frente de esquerda e isso não foi debatido, não como um ponto da pauta", afirmou o secretário de Comunicação do PT, deputado estadual José Américo Dias (SP).

Ele disse que a ideia da frente é combater "a onda conservadora" que vem se formando no país. Questionado sobre as últimas revelações sobre o chamado "petrolão", disse que o PT mantém a afirmação de que as doações foram legais e registradas.

Ele afirmou ainda que é preciso "compreender melhor" a lista de políticos que, segundo a "Veja" receberam dinheiro ilegal da UTC.

Américo destacou a presença do senador tucano Aloysio Nunes (PSDB-SP) entre os indicados e afirmou que a UTC deu mais dinheiro à campanha de Aécio Neves (PSDB), em 2014, do que à de Dilma Rousseff.

O secretário de comunicação do PT disse ainda que a divulgação do teor das apurações da operação Lava Jato é "direcionada".

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