Impeachment

Movimentos populares fazem manifesto contra impeachment de Dilma

Classificado por seus organizadores como "anti-golpista" a "pró-democracia", o documento critica a postura da imprensa, da oposição, do judiciário e da polícia

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Publicado em 06/07/2015 às 22:18
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Classificado por seus organizadores como "anti-golpista" a "pró-democracia", o documento critica a postura da imprensa, da oposição, do judiciário e da polícia - FOTO: Foto: AFP
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O Grupo Brasil, que reúne militantes do PT, PSOL, PC do B e movimentos sociais no esforço de organizar uma frente de esquerda, divulgou na quarta-feira (1) um manifesto que defende a permanência da presidente Dilma Rousseff no poder.

Classificado por seus organizadores como "anti-golpista" a "pró-democracia", o documento critica a postura da imprensa, da oposição, do judiciário e da polícia, que estariam se aproveitando de "erros cometidos por setores democráticos e populares, entre os quais aqueles cometidos pelo governo federal" para quebrar a "legalidade democrática".

Apesar de condenar qualquer medida que dê espaço para o impeachment da presidente, o texto deixa claro que o grupo não apoia a política econômica adotada por Dilma e nem o ajuste fiscal.

O manifesto também acusa os presidentes da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), "de usurpar os poderes presidenciais e impor, ao país, uma pauta conservadora que não foi a vitoriosa nas eleições de 2014", em referência à aprovação da redução da maioridade penal e da reforma política.

Outro foco é o Judiciário, que estaria tentando "substituir o papel dos outros poderes" e "assumir papel de polícia." O trecho faz referência indireta à postura do Ministério Público Federal e ao juiz Sérgio Moro na condução da Operação Lava Jato, que investiga um esquema de desvio e lavagem de dinheiro envolvendo a Petrobras, empreiteiras e políticos.

Grande parte das assinaturas que vem sendo coletadas desde 1 de junho é de militantes e movimentos sociais e sindicais ligados ao PT, como a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra).

Segundo Valter Pomar, dirigente da esquerda petista envolvido na elaboração do manifesto, apesar de a ideia de fazer o documento ter surgido em uma das reuniões para a formação da frente de esquerda, ele não se trata de "uma plataforma da Frente, nem de nada parecido, até porque a frente enquanto tal ainda é uma intenção, um processo. "

FRENTE DE ESQUERDA

Desde o início do ano, militantes de diferentes partidos, representantes de movimentos sociais e sindicais e intelectuais se reuniram três vezes para formalizar uma frente de esquerda. O objetivo do grupo, que se encontrou pela última vez em junho, é defender bandeiras ligadas aos direitos humanos e à classe trabalhadora. A programação inclui reuniões estaduais, uma conferência nacional que deve acontecer em setembro, um debate sobre uma política econômica alternativa, além de um ato nacional, ainda sem data definida.

Sobre o envolvimento do ex-presidente Lula no processo, Valter Pomar afirma que ele está "informado da iniciativa".

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