Câmara Federal

Jarbas critica Eduardo Cunha e diz que primeiro semestre na Câmara Federal foi ''medíocre''

Faltando três dias para o início do recesso parlamentar, o pernambucano fez um balanço da atuação dos deputados e pediu a volta de "debates de qualidade" na Casa

Mariana Mesquita
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Mariana Mesquita
Publicado em 14/07/2015 às 12:15
Foto: Câmara dos Deputados/Divulgação
Faltando três dias para o início do recesso parlamentar, o pernambucano fez um balanço da atuação dos deputados e pediu a volta de "debates de qualidade" na Casa - FOTO: Foto: Câmara dos Deputados/Divulgação
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O deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB) realizou, na manhã de hoje (14), um pronunciamento em que atacou a presidência da Câmara Federal e a qualidade dos trabalhos realizados pela Casa neste primeiro semestre legislativo. Jarbas destacou como único ponto positivo o fato de que “a Câmara voltou a trabalhar”, mas frisou que os avanços ficariam restritos a isso, já que “as deliberações estão sendo feitas sem os debates necessários”.

A três dias do início do recesso parlamentar, Jarbas fez uma espécie de balanço do período e classificou como “precárias” e “medíocres” as discussões e votações realizadas de janeiro até agora. Ele condenou diretamente a atuação do presidente da Câmara, seu correligionário Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ao dizer que “a presidência quer passar uma imagem de que a Casa está atuando da forma devida” e que este primeiro semestre foi “marcado por pautas, agendas e votações cheias de remendos e manobras regimentais”. “Se fala que a montanha pariu um rato, mas nem isso aconteceu. O que vimos aqui foi de uma mediocridade sem tamanho”, criticou o pernambucano. “Espero que o segundo semestre resgate o debate de qualidade e discussões mais aprofundadas dentro desta Casa”, acrescentou.

Jarbas citou a pressa e o açodamento como os responsáveis por fazer com que assuntos importantes passassem pela Câmara sem a devida discussão. “Quem pensa que discutir e votar ao longo da madrugada é mostrar serviço à população, tem uma leitura completamente equivocada. Na verdade, isso mostra como estamos trabalhando de maneira precipitada, fazendo com que temas extremamente importantes para o País sejam votados de forma precária”, destacou.

Entre esses temas sinalizados pelo deputado, estão a terceirização, a reforma política e a redução da maioridade penal. “O que foi aprovado na Casa em relação à terceirização não agradou nem aos trabalhadores, nem aos empregadores. Os pontos da reforma política que já passaram são vergonhosos. Não houve nenhuma reforma até agora. E o tema da maioridade, onde dois lados da questão têm argumentos válidos, não podia ter passado com uma discussão rasa e remendada como ocorreu”, avaliou.

Jarbas concluiu o pronunciamento dizendo que espera, para o próximo semestre, que haja um “resgate do debate de qualidade”, com “discussões mais aprofundadas”, e que o trabalho na Câmara seja racional, objetivo, organizado e decente. “Numa Casa onde estão em jogo projetos e ações que mexem na vida da população brasileira, não é correto trabalhar desta forma medíocre e confusa”.

No última quarta-feira (08), Jarbas já havia feito um protesto formal contra Eduardo Cunha, quando defendeu a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A entidade estava sendo alvo de críticas por parte do presidente da Câmara, pelo fato de se posicionar contra o financiamento privado das campanhas - posição à qual Cunha é favorável. "Ele agrediu a Ordem de forma inoportuna e descabida",  disse Jarbas, que afirmou protestar "como cidadão, advogado e deputado".

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