A presidente Dilma Rousseff reforçou nesta sexta-feira (17) em discurso de abertura da plenária da 48ª Cúpula dos Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados, em Brasília, a importância das relações comerciais com outros blocos econômicos. A fala da presidente faz referência às negociações entre Mercosul e União Europeia (UE) para zerar as tarifas de alguns produtos.
Leia Também
“A crise não pode ser razão para criar barreiras comerciais entre nós. Ela tem que reforçar nossa integração e solidariedade. Temos que também buscar acordos comerciais com outros países”, disse a presidenta.
Dilma disse que o Brasil definiu com a Europa a ampliação do comércio. “Estou certa – acrescentou - que a busca de novos mercados continuará durante a próxima presidência [do Mercosul]”. O sistema de presidência do Mercosul é rotativo: muda a cada seis meses.
Depois de observar que “a democracia floresce” na América do Sul, região que já “sofreu muito com ditaduras”, Dilma citou as eleições para presidente da República que ocorreram ano passado no Brasil e no Uruguai, e a que ocorrerá este ano na Argentina.
“A realização periódica e regular desses pleitos – observou - demonstra a capacidade de lidar com diferenças políticas. Temos que continuar nesse caminho. Não há espaço para aventuras antidemocráticas na América do Sul”.
Ao citar as eleições na Argentina, Dilma lembrou que essa será a última participação da presidenta Cristina Kirchner como Chefe de Estado na Cúpula. Nesse momento, a presidente brasileira se emocionou ao falar do desempenho de Cristina e referir-se a ela como uma amiga pessoal.
“Somos testemunhas que ela imprimiu condução firme e democrática a seu país, como assumiu a causa da integração sul-americana e como defendeu os países da região”, disse Dilma, sob aplausos.
Dirigindo-se a Cristina Kirchner, Dilma acrescentou: “Do ponto de vista pessoal e político, quero lhe dizer que você terá uma amiga sempre pronta para recebê-la e juntas compartilharmos nossos sonhos”.
Durante a plenária, Dilma declarou o ex-presidente do Brasil, João Belchior Marques Goulart, o Jango, cidadão ilustre do Mercosul. Jango teve o mandato cassado em 1964. Em 2013, o Congresso Nacional fez uma sessão solene de devolução simbólica do mandato. “Essa homenagem é um esforço de reconciliação entre memória e a história. É o reconhecimento da trajetória consistente e comprometida desse brasileiro”, disse Dilma.