O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, afirmou nesta sexta-feira (17) que é preciso separar a governabilidade das investigações sobre corrupção. Ele também se declarou "solidário à presidenta Dilma".
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"Temos de separar a governabilidade das apurações", alertou. Segundo ele, "os culpados devem ser punidos em qualquer esfera, mas não podemos parar o país".
Luiz Fernando Pezão é do mesmo partido do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que declarou hoje seu rompimento com o governo federal, após ter sido citado pelo ex-consultor da Toyo Setal, Júlio Camargo, que o acusou de receber US$ 5 milhões.
Para o governador do Rio, a "briga" e a "divergência" precisam ocorrer na "hora propícia, o palanque". "Não estou falando em nome do PMDB. Falo em meu nome." Pezão afirmou não acreditar que o rompimento prejudicará a apreciação da proposta que mudanças do ICMS no Congresso.
Hoje cedo, Eduardo Cunha anunciou o rompimento e disse que, como político, tentará no Congresso do PMDB, em setembro, convencer a legenda a seguir o mesmo caminho. Ele reafirmou que há uma tentativa por parte do governo de fragilizá-lo. "Está muito claro para mim que esta operação [Lava Jato] é uma orquestração do governo.". O deputado lembrou que, desde junho, o Executivo iniciou uma "devassa fiscal" em suas contas. "Esse tipo de devassa, de cinco anos, é um constrangimento para um chefe de Poder".
A poucas horas de fazer um pronunciamento em cadeia nacional de TV, previsto para as 20h30, Cunha destacou que, apesar da posição, vai manter a condução da Câmara dos Deputados "com independência".
A decisão do presidente da Câmara foi motivada pela acusação de que o deputado teria recebido US$ 5 milhões em propina para viabilizar um contrato de navios-sonda da Petrobras para a empresa Toyo Setal. A denúncia feita nessa quinta-feira (16) pelo empresário Júlio Camargo, durante depoimento ao juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pelas investigações da Operação Lava Jato.