O líder do PT na Câmara dos Deputados, Sibá Machado (AC), afirmou na manhã desta segunda-feira (3) que há "abuso de poder" por parte da Polícia Federal na prisão do ex-ministro José Dirceu.
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"A PF está se metendo em assunto político, prendendo por mera suspeita, lidando com indícios e puxando o Brasil inteiro para uma situação perigosa. Daqui a pouco não existe mais direito", disse.
Dirceu foi preso nesta segunda na 17ª fase da Operação Lava Jato, denominada "Pixuleco". Para os investigadores, Dirceu foi um dos responsáveis por criar e comandar o esquema de corrupção na Petrobras quando era ministro da Casa Civil, no primeiro governo Lula.
O líder petista no Senado, Humberto Costa (PE), preferiu não se manifestar por enquanto.
Procurado, o Instituto Lula não se manifestou. A assessoria de imprensa do presidente do PT, Rui Falcão, ainda não sabe se ele irá se manifestar.
Está marcada para a tarde desta segunda (3), em Brasília, uma reunião da maior corrente do PT, Construindo um Novo Brasil (CNB). Também nesta segunda (3), a presidente Dilma Rousseff convidou lideranças da base aliada para um jantar no Palácio da Alvorada -esse encontro já estava previsto.
Petistas acreditam que a prisão de Dirceu deve dominar a pauta de ambos os encontros.
Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, irmão e sócio de Dirceu na JD Consultoria, também foi detido. Outro detido é Roberto Marques, ex-assessor do petista.
Eles estão na superintendência da PF em Brasília e devem ser transferidos para Curitiba, onde ficarão à disposição da 13ª Vara da Justiça Federal.
As investigações apontam que o ex-ministro repetiu, na Petrobras, o mesmo esquema criado no mensalão. Segundo o procurador federal Carlos Fernando dos Santos Lima, Dirceu tinha "responsabilidade de indicar nomes" no primeiro governo Lula.
"Ele aceitou a indicação de Renato Duque para a diretoria de Serviços na Petrobras, e essa diretoria começou todo um trabalho de cooptação de empreiteiras, dando início ao esquema na estatal", disse o procurador.