Horas após a prisão do ex-ministro José Dirceu na manhã desta segunda-feira (3), o vice-presidente nacional do PT, deputado José Guimarães (CE), disse que as investigações da Lava Jato e cada nova prisão não podem paralisar o país.
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"É isso que a oposição quer. A Lava Jato não pode paralisar o país. As empresas têm que continuar investindo. Qualquer denúncia, cria-se um fantasma", afirmou o deputado, que é líder do governo na Câmara dos Deputados.
Dirceu foi preso na 17ª fase da Operação Lava Jato, denominada Pixuleco. Para os investigadores, o ex-ministro foi um dos responsáveis por criar e comandar o esquema de corrupção na Petrobras quando era ministro da Casa Civil, no primeiro governo Lula.
Guimarães destacou a necessidade de se garantir "condições de igualdade para tudo", com "ampla defesa e direito aos contraditórios". Questionado se a prisão era um novo desgaste político ao partido, o líder petista negou. "O Brasil vive um momento de desgaste de todos os lados".
O deputado participou na manhã desta segunda de reunião de coordenação política do governo no Palácio do Planalto. Conforme relatado pelo ministro da Defesa, Jaques Wagner, a prisão de Dirceu não foi assunto da reunião. O petista disse que também não conversou com o presidente da sigla, Rui Falcão, sobre a prisão do ex-ministro de Lula.
Falcão está a caminho de Brasília onde participará da reunião preparatória do encontro da Executiva Nacional que ocorre amanhã, também na sede do PT na capital federal.
CONGRESSO
No Planalto, Guimarães disse que o principal assunto foi a pauta do Congresso. Segundo ele, é prioridade evitar a aprovação de propostas que onerem a União e os Estados.
A proposta de desoneração da folha de pagamento que ainda precisa passar por apreciação no Senado também entrou na pauta. Conforme o petista, é essencial votar a matéria.
Conforme Guimarães, também foi feita uma avaliação do "novo momento" vivido pelo Congresso após o rompimento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com o governo.
"A orientação do governo é manter a relação civilizada, institucional. O governo não aposta na tese de que ele (Cunha) será instrumento da oposição, porque ele é presidente de um poder e, assim como diz a Constituição, os poderes se relacionam de forma independente e harmônica. Apostamos que ele vai manter a relação transparente com o governo e que vamos poder dialogar para discutir pautas quando houver divergências".
Esses assuntos também serão tratados na reunião dos líderes da base aliada com o vice-presidente, Michel Temer, no Palácio do Jaburu, no fim da tarde de hoje, e no jantar que a presidente Dilma Rousseff oferece aos líderes e vice-líderes da base aliada no Palácio da Alvorada esta noite.