Há um ano, a aeronave Cessna 560 XL que transportava o Eduardo Campos e outras seis pessoas caía no meio de uma área residencial do bairro Boqueirão, em Santos, no litoral paulista. O dia 13 de agosto intensifica o sentimento da perda, e familiares, políticos e anônimos chegam a todo momento, nesta quinta-feira, ao túmulo do ex-governador no Cemitério de Santo Amaro, na área central do Recife. "Eduardo para mim era muita coisa. É dor, é saudade, é emoção", tentava explicar, entre lágrimas, a doméstica Mauricélia da Conceição, moradora do bairro de Água Fria.
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A líder comunitária em Santo Amaro, Edilene da Silva Andrade, de 54 anos, veio a Santo Amaro carregando diversos álbuns com fotos. Ela diz que trabalhou com Arraes desde o início do programa Chapéu de Palha e, posteriormente, apoiou Eduardo. "Guardo as fotografias, porque quero que meus filhos e netos vejam o que é um bom político", disse Edilene. Ela lembra que em 1964 o próprio pai foi obrigado a rasgar as imagens que tinha de Miguel Arraes, e promete preservar a memória para as novas gerações da família.
Homenagens anônimas chegam no dia do aniversário de morte de Eduardo Campos https://goo.gl/lTME2b
Posted by Jornal do Commercio on Quinta, 13 de agosto de 2015
Também passaram pelo cemitério o diretor de relações institucionais de Suape, Luciano Vasquez, que resumiu o sentimento compartilhado por tantos. "Sinto uma saudade que não finda", disse ele, que estudou com Eduardo quando criança. O secretário estadual de Turismo, Felipe Carreras (PSB), esteve junto ao túmulo do ex-governador, mas preferiu não se pronunciar à imprensa.
Durante toda a manhã, em ritmo constante mas sem atropelos, pessoas trouxeram flores e acenderam velas diante do jazigo familiar onde, além de Eduardo, está enterrado seu avô, Miguel Arraes, que faleceu também num dia 13 de agosto, há dez anos. "Ainda não consegui digerir a tragédia", disse a funcionária pública Ana Sotero Campos. "Vai demorar muito para que a gente tenha outro líder do porte dele, foi uma perda irreparável para Pernambuco e para o Brasil", lamentou.
Discretamente, o artesão José Ferreira também veio homenagear aquele que considera um benfeitor. "Nós nunca tivemos tanto apoio como aconteceu através dele e de Renata Campos. Vim agradecer, pois se houve alguém que ajudou o artesanato pernambucano, foi ele", destacou. Segundo José, a notícia da morte causou a perda de um pedaço de sua esperança. "Não pude vir no dia do funeral, há um ano. Hoje eu vim para poder ficar assim, próximo dele", finalizou.