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Reconduzido ao cargo, Janot ressalta independência entre instituições

A cerimônia de recondução foi realizada no Palácio do Planalto nesta quinta (17), com a presença da presidente Dilma Rousseff, de ministros e de outras autoridades

Da Folhapress
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Publicado em 17/09/2015 às 14:40
Foto: Fellipe Sampaio SCO/STF
A cerimônia de recondução foi realizada no Palácio do Planalto nesta quinta (17), com a presença da presidente Dilma Rousseff, de ministros e de outras autoridades - FOTO: Foto: Fellipe Sampaio SCO/STF
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Ao ser reconduzido para mais dois anos no comando do Ministério Público Federal, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, evitou tratar diretamente da Lava Jato, mas destacou a importância de as instituições funcionarem de forma harmônica e com independência.

Em um breve discurso de pouco mais de cinco minutos, Janot se emocionou e foi às lágrimas ao agradecer o apoio de sua família nos últimos anos. Comandando a parte que analisa o envolvimento de políticos na principal investigação criminal em andamento no país, o procurador-geral optou por não tratar diretamente do esquema de corrupção da Petrobras.

"Ao final desse longo e necessário rito [escolha para recondução], afianço o compromisso do Ministério Público com princípios republicanos, impessoalidade, transparência e independência funcional", disse Janot.

"A sociedade brasileira está amadurecida para compreender que, num Estado de Direito, as instituições devem funcionar de forma harmônica e que a existência do Ministério Público forte e estruturado é fundamental para a defesa de todos os cidadãos. O diálogo constante foi e continuará a ser uma das marcas da minha gestão", completou.

A cerimônia de recondução foi realizada no Palácio do Planalto nesta quinta (17), com a presença da presidente Dilma Rousseff, de ministros e de outras autoridades. Janot e Dilma deixaram o evento sem falar com a imprensa.

Alvo de recente pedido de abertura de inquérito feito por Janot devido a suspeitas de crime eleitoral, o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) acompanhou a cerimônia ao lado do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski.

HISTÓRICO

Alavancado pela atuação na Operação Lava Jato, Janot venceu em agosto as eleições internas do Ministério Público Federal, com 799 votos, e foi o primeiro colocado na lista tríplice enviada à presidente Dilma. O segundo colocado teve 462 votos. Desde o governo Lula, o Planalto tem indicado para o cargo o primeiro nome da lista tríplice.

A mesma Lava Jato causou a Janot desgastes com o mundo político. São investigados na operação o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Apesar disso, após sabatina no Senado em que defendeu o combate à corrupção, foi aprovado pelos votos de 59 senadores.

Considerado de perfil discreto, Janot começou a ocupar a cadeira há exatos dois anos, na reta final do julgamento do mensalão, participando da análise dos recursos e da execução das penas dos 24 condenados. Colocou como meta a redução do acervo de processos e focou na interlocução com o Congresso, antes do envolvimento de políticos na Lava Jato.

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