O ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, atribuiu hoje (25), no Rio de Janeiro, à atual conjuntura econômica de dificuldades o resultado apurado pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) para o mês de agosto, quando foram perdidos 86.543 postos de trabalho. Ele demonstrou otimismo em relação à possibilidade de recuperação dos empregos no Brasil, embora sem estabelecer um prazo para que isso ocorra.
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Dias disse que, no âmbito do ministério, estão sendo desenvolvidas políticas ativas com a finalidade de contribuir para a reversão da queda de postos de trabalho. Segundo ele, dos R$ 84 bilhões em recursos dos trabalhadores no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) que irão financiar a construção de casas para a população de baixa renda, R$ 36 bilhões já foram contratados, o que deverá gerar 3,7 milhões de empregos no país, só na área da construção civil. Os contratos foram assinados no início do segundo semestre e Dias acredita que já começarão a mostrar resultados em termos de criação de empregos até o final do ano.
Pelas conversas que tem mantido com os vários setores da atividade econômica, o ministro disse que a expectativa é que a recuperação do emprego poderá ocorrer já em 2016: “O setor de varejo ainda pretende crescer este ano em torno de 5%; o setor de serviços entende que recupera até o final do ano sua capacidade de geração de emprego”.
O ministro destacou que o próprio setor automobilístico está promovendo uma reação de vendas e acha que até o início do próximo ano regulariza a produção. Ele lembrou que contratos de exportação de veículos foram renovados com o México e o Mercosul.
Manoel Dias ressaltou que, embora agosto tenha sido o quinto mês consecutivo de queda do emprego celetista segundo o Caged, e o pior agosto da série histórica desde 1995, seria difícil que ocorresse uma reação à atual conjuntura desfavorável “no Brasil de 12 anos atrás. Um país sem reservas. Hoje, o país está com US$ 370 bilhões em reservas e garante qualquer pagamento, o que não implicará em risco de que o Brasil possa representar desaceleração ou desconfiança do capital externo”.
Segundo Dias, o Brasil gerou nesses 12 anos um total de 23 milhões de empregos com carteira assinada, com valorização do salário mínimo de 73%, no período. “Nós tivemos a inclusão de 51 milhões de pobres na classe média. Nós dobramos o mercado consumidor”.
Manoel Dias disse que a perda de postos de trabalho é um fenômeno que ocorre no momento em todo o mundo. De acordo com o G-20 (grupo dos 20 países mais ricos do mundo), aumentou 40% o desemprego no mundo, enquanto o FMI e o Banco Mundial (BIRD) preveem que até 2020 haverá mais de 500 milhões de trabalhadores desempregados no planeta.
Sobre reforma ministerial, Manoel Dias disse que a negociação será conduzida pelo PDT e ele acatará o que for decidido. “Nós tomamos a decisão de continuar apoiando a presidenta Dilma Rousseff, tendo ou não o partido no governo”.