O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), definiu-se, em entrevista ao jornal El País publicada nesse domingo (4), como "um agente da civilização contra a barbárie" ao ser questionado sobre as críticas que tem recebido.
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"Esse ruído que é patrocinado e criado pela oposição vai perder força. A oposição em São Paulo está jogando no obscurantismo. A ponto de chamar um ciclista de comunista", afirmou. O prefeito disse que, fora de São Paulo, a sua gestão é "reconhecida como uma força civilizatória".
Na sabatina, Haddad falou ainda sobre Plano de Metas, crise econômica e política nacional. Ele evitou tratar de eleições municipais de 2016 e limitou-se a afirmar que Marta Suplicy (PMDB), apontada como possível candidata à Prefeitura de São Paulo, é uma figura "muito peculiar". "Eu acho a Marta uma política muito peculiar, mas eu não quero comentar as declarações dela", disse.
Em relação à política nacional, Haddad disse ser uma pessoa que "se choca um pouco com o mundo da política". "Fui educado por um camponês libanês. Para o meu pai, não se troca palavra. Não existe uma pessoa voltar atrás na palavra. Isso é o que eu aprendi com meu pai e é como eu sou. Mas, no mundo de hoje da política, nem o que está assinado vale", disse.
Das 123 metas traçadas no início da gestão, o prefeito afirmou que deve cumprir "totalmente entre 90 e 100" e que algumas delas são "muito difíceis", como os hospitais gerais.
"Estou com os três em obra neste momento. O (do bairro do) Jabaquara vai ficar pronto neste ano. O (do bairro de) Parelheiros está numa velocidade espantosa: 20 meses contados de fevereiro deste ano, então vai dar tempo de entregar. O de Brasilândia, que atrasou, está em obras. Mas atrasou porque eu tive que refazer o projeto porque o Metrô requisitou a área e tive que deslocar o hospital no mesmo terreno. Vão sair os três hospitais", afirmou.
Ao ser questionado sobre críticas comuns da periferia e dos acampamentos dos sem-teto à sua gestão, especialmente a respeito de habitação, Haddad disse que aguarda a liberação de recursos do governo federal.
"O Minha Casa Minha Vida não é um programa municipal, é nacional Se a verba da fase 3 for anunciada, vou entrar com todos os meus contratos com a Caixa Econômica Federal no dia seguinte. Se isso não acontecer, o movimento social vai ter razões para se queixar. E eu vou explicar que São Paulo fez a sua parte."
O prefeito se queixou que, às vezes, quando vai à periferia, tem de explicar até o que não é competência do Município. "Vivo tendo que responder por segurança pública, atraso de obra do Metrô, fracasso do monotrilho, crise de abastecimento de água (todas atribuições do governo do Estado). Quando eu vou para a periferia, esses assuntos são recorrentes", disse.