Novo líder do chamado “blocão” da Câmara dos Deputados, o pernambucano Eduardo da Fonte (PP) assume a função com a promessa de ajudar o governo a destravar as pautas na Casa. O grupo surge após a desvinculação do líder do PMDB, Leonardo Picciani, do maior bloco partidário. A exclusão ocorreu uma semana após anúncio da reforma ministerial que deu mais espaço aos partidos da base aliada no governo. A condução do processo por Picciani, porém, foi alvo de críticas dos correligionários.
Quatro partidos (PP, PTB, PSC e PHS) que integravam o grupo preencheram rapidamente o vazio e vão se alternar na liderança. Mas, de acordo com da Fonte, o tempo que cada membro ficará no posto ainda não foi definido. “A gente vai respeitar os posicionamentos de cada partido, mas, de qualquer forma, há uma aproximação das legendas com o governo, mesmo que um ou outro membro tenha posicionamentos contrários. A nossa intenção é ajudar na governabilidade”, garantiu o novo líder.
Da Fonte assume o posto em um momento delicado para o governo, em meio à reprovação das contas de Dilma Rouseff pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e à investigação da campanha da presidente pelo Tribunal Superior Eleitoral. Próxima semana, a missão do novo líder é conseguir aprovar os vetos da presidente a projetos com grande impacto fiscal nas contas.
Otimista, o parlamentar acredita que os vetos serão mantidos, mesmo após as duas derrotas seguidas do governo esta semana, quando a votação não atingiu quórum mínimo. “Isso que houve foi para esfriar um pouco os ânimos”, avaliou. Ele garante que os vetos serão votados na próxima terça-feira. “Acredito que a maioria vai votar com o governo (e acatar os vetos). Vão votar com o Brasil”, grifou.
Antes da cisão, os seis partidos que integravam o blocão (PP, PTB, PSC, PHS, PMDB e PEN) somavam 149 deputados. Agora, o novo bloco passa ser o maior da Câmara com 82 parlamentares e supera as bancadas do PMDB (65 deputados) e do PT (com 62 deputados). O PEN, com dois deputados, seguirá o PMDB.