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Nessa terça-feira, Dilma começou a fazer história como líder política desse País, diz Lula

A presidente discursou na abertura do 12º congresso nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em São Paulo

Do Estadão Conteúdo
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Publicado em 14/10/2015 às 8:22
Foto: Heinrich Aikawa/ Instituto Lula
A presidente discursou na abertura do 12º congresso nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em São Paulo - FOTO: Foto: Heinrich Aikawa/ Instituto Lula
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva exaltou o discurso de sua sucessora Dilma Rousseff, que, na noite desta terça-feira (13), fez a defesa mais enfática do seu mandato contra as tentativas de impeachment. Lula classificou a fala da presidente de "histórica" e "antológica". 

"Hoje, a Dilma começou a fazer história como líder política desse País", disse Lula. "Hoje a Dilma não fez o discurso de uma presidenta, não veio aqui fazer um relatório das coisas que ela fez, ela veio dizer 'sou presidenta da República Federativa desse País e vou exercer mandato na sua plenitude, quem quiser evitar que tenha coragem e não me venha tentar encurtar mandato na calada da noite'."

"Senti que vocês se deram bem com a Dilma hoje", prosseguiu o ex-presidente para a plateia de 2,5 mil sindicalistas. "Há muito tempo que não via ela com essa vontade de brigar", destacou. "Acho que hoje ela se libertou." O ex-presidente disse ainda que Dilma "não ganhou as eleições para ficar batendo boca com os perdedores" e que, nesse momento, é preciso "ter na cabeça que é possível esse País voltar à normalidade".

Lula discursou pouco depois de Dilma na abertura do 12º congresso nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em São Paulo. Dilma já havia deixado o evento, onde falou em tom emocionado a lideranças sindicais e sociais. Dilma acusou a oposição de promover um "golpismo escancarado" e disse que não deixará prosperar as iniciativas de impeachment. Ela ainda atacou a movimentação de "moralistas sem moral" e questionou a reputação dos que articulam contra ela para atacarem "sua honra"

A guinada de tom no discurso da presidente veio no mesmo dia em que liminares no Supremo Tribunal Federal impediram o trâmite que havia sido traçado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, para uma eventual apreciação de abertura de processo de impedimento de Dilma na Casa.

Lula afirmou que o país passa apor um "momento de enfrentamento" "Estamos vivendo um momento que é quase de uma loucura anacrônica, de uma irracionalidade emocional. Não querem permitir que a Dilma trabalhe, que a Dilma governe", disse ao repetir a mensagem que havia passado pela manhã.

Em tom que foi percebido como irônico até pelos militantes da CUT que acompanhavam o discurso, Lula questionou quem teria dado a ideia para Dilma de mudar a linha de argumentação - ficou evidente que foi o próprio Lula quem a incentivou. Pela manhã, ele sugeriu e ela acabou aceitando vir ao evento da CUT. "Ainda vou descobrir com quem a Dilma conversou. Não sei se foi com o Pepe Mujica, mas hoje a Dilminha veio pra cá outra Dilma, veio dizer pra todos nós 'sei da onde eu vim e sei pra onde eu vou' "

Economia

Ao mesmo tempo que exaltou o discurso de Dilma e pediu apoio dos trabalhadores a ela, Lula também abriu espaço a críticas. Ele repetiu que o governo não pode se restringir a adotar o discurso daqueles que perderam a eleição.

"Nós ganhamos a eleição com um discurso e a impressão que passamos para a sociedade é que nós adotamos o discurso dos que perderam", afirmou. "Esse País não pode ficar falando em cortes mais uma semana ou mais um mês, esse País precisa falar em crescimento", completou ao defender a capacidade do pais se endividar e ao repetir a justificativa de que Dilma recorreu a pedaladas para manter programas como Minha Casa Minha Vida e Bolsa Família.

Na sequência, o público gritou "Fora Levy", em referência ao ministro da Fazenda Joaquim Levy. Lula disse apenas que não gosta de culpar uma pessoa só, mas não saiu em defesa do titular da Fazenda.

"É essa Dilma que nós elegemos, não a que faz aquele discurso que dá impressão que é o Aécio que está falando, ou que é o Serra que está falando", complementou na crítica à condução da Economia.

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