O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), negou nesta sexta-feira (16) envolvimento com atos ilícitos e de se disse vítima de perseguição política da PGR (Procurador-Geral da República), com "objetivo maldoso de desviar o interesse geral dos reais responsáveis pelos malfeitos" e torná-lo "o foco principal de todo o noticiário" da Operação Lava Jato.
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Cunha chama de "estratégia ardilosa" do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o que diz ser um vazamento "maciço de supostos trechos de investigações e movimentações financeiras atribuídas ao presidente da Câmara com objetivo de desestabilizar sua gestão e atingir sua imagem de homem público"
Na nota, Cunha reitera, como tem feito nos últimos tempos, o conteúdo de seu depoimento prestado de forma espontânea à CPI da Petrobras, em março quando negou ter contas secretas no exterior. Contas secretas na Suíça em nome de Cunha e de familiares deram origem à investigação contra o peemedebista por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro na Suíça.
Ele nega ter recebido qualquer vantagem referente à Petrobras ou outro órgão público, mas diz que, somente agora seus advogados terão acesso aos documentos "alardeados pela mídia em uma tentativa de constranger e desgastar politicamente o presidente da Câmara".
Ao longo do texto, Cunha tece várias críticas sobre a falta de sigilo sobre os documentos que tratam das denúncias sobre ele e afirma que isso "evidencia a diferenciação do tratamento dispensação ao presidente da Câmara".
"Por várias vezes, desde o início desse processo, o presidente da Câmara tem alertado para a atuação política do PGR, que o escolheu para investigar, depois o escolheu para denunciar e, agora, o escolhe como alvo de vazamentos absurdos e ilegais, que impõem o constrangimento de ser incluído em tudo que se refere à apuração de responsabilidades nesse processo de corrupção na Petrobras, que tanto envergonha o Brasil e está muito distante dele. Parece que a única atribuição que resta ao PGR é acusar o presidente da Câmara".
A nota foi divulgada no fim da tarde desta sexta após cópia de documentação ser exibida no "Jornal Hoje", da TV Globo. Os documentos mostram que as contas secretas que Cunha alega não existir foram abertas com cópia do passaporte dele, assinatura e o endereço residencial do peemedebista.