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No relatório alternativo que será proposto na tarde desta quarta-feira (21) na CPI da Petrobras, o deputado Ivan Valente (PSOL-SP) pedirá o indiciamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e associação criminosa. O deputado solicita também que a CPI encaminhe para Mesa Diretora, plenário e Conselho de Ética da Câmara o pedido de cassação do mandato do peemedebista.
O partido também sugere a responsabilização por crimes conexos da ex-deputada Solange Almeida, do delator Fernando Soares (Baiano), além de Leonardo Meirelles, Jayme de Oliveira (Careca) e Lucio Funaro.
No relatório paralelo, a sigla reclama que apresentou mais de 35 requerimentos de convocação dos políticos investigados, mas nenhum foi apreciado pela comissão. Valente pede o indiciamento daqueles que foram denunciados pela PGR por "ilícitos penais", como o deputado Arthur Lira (PP-AL) e os senadores Benedito de Lira (PP-AL) e Fernando Collor (PTB-AL).
Entre o que chama de "equívocos da comissão", o PSOL destaca a permissão para que deputados beneficiados por doações eleitorais das empreiteiras denunciadas na Operação Lava Jato se mantivessem na condição de investigadores dos empreiteiros.
Kroll
Outro ponto atacado pelo PSOL é o que chama de "desperdício de dinheiro público" com a contratação da empresa de espionagem internacional Kroll. O PSOL lembra que a consultoria apresentou um relatório preliminar "apenas com um conjunto de suspeitas" que custou mais de R$ 1 milhão aos cofres da Câmara.
O documento proposto por Valente afirma que "não restam dúvidas de que a Kroll foi contratada com objetivo principal de derrubar as delações premiadas dos réus da Lava Jato, inclusive do Sr. Júlio Camargo, que sempre apontou denúncias contra o presidente Eduardo Cunha". "Assim, o contrato da Kroll serviu exclusivamente para investigação particular com dinheiro público E pela seleção de pessoas investigadas, fica clara a intenção da CPI de obedecer aos interesses do presidente Eduardo Cunha."
O PSOL quer que o contrato entre a Câmara e a Kroll seja enviado ao Ministério Público para a verificação da legalidade dos termos contratuais e que, em caso de irregularidade, seja feito o ressarcimento aos cofres públicos.