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Com a popularidade nas alturas no início do segundo ano de seu primeiro mandato, a presidente Dilma Rousseff viajava à Alemanha em 4 março de 2012 quando fez uma escala para almoçar Portugal.
Embora não fosse o planejamento inicial, a petista escolheu o conceituado restaurante Cafeína, na cidade do Porto, onde comeu um prato que de Bacalhau gratinado com aioli, migas de grelos (uma mistura de pão e vegetais) e radicchio.
A visita presidencial causou repercussão na mídia portuguesa e o restaurante decidiu homenagear a presidente, batizando o prato que comera de "Bacalhau à Dilma". A alteração veio em 8 de março daquele ano, propositalmente no Dia da Mulher, o que era "simbólico" segundo Vasco Mourão, proprietário do Caféína, de acordo com suas declarações à mídia portuguesa à época.
"[Após a repercussão em Portugal] as pessoas vinham aqui e diziam: 'quero o bacalhau da Dilma'", lembra Filipe Pinto, gerente da casa.
Mais de três anos e meio depois, a popularidade do nome do prato -e não a dele em si- parece ter acompanhado a da presidente, que vê hoje sua gestão reprovada por 71% dos brasileiros, de acordo com a última pesquisa do Datafolha.
Depois de várias reclamações de turistas brasileiros, a casa decidiu retirar a homenagem e voltar a descrevê-lo por seus ingredientes, conforme informou o jornal "O Globo" nesta sexta-feira (30).
"Basicamente, eram comentários de pessoas que não eram apoiantes [de Dilma] e que não achavam bem [o nome]", conta Pinto.
O gerente afirma que alguns clientes afirmavam que não comeriam um prato em homenagem a Dilma.
Pinto também lembra que, entre os turistas brasileiros, o nome nunca foi unanimidade "mas veio a piorar muito depois das últimas eleições aí no Brasil".
No site da casa, o nome da iguaria continuou como "Bacalhau à Dilma" até a manhã desta sexta, quando foi alterado.
O prato -seja ele em homenagem a Dilma ou não- sai por 18,50 euros -R$ 78,90 na cotação da manhã desta sexta-feira (30), e é um dos mais vendidos do restaurante.