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Na conversa que manteve no dia 4 de novembro com Bernardo Cerveró - filho de Nestor Cerveró, ex-diretor da área internacional da Petrobras preso na Operação Lava Jato - o senador Delcídio Amaral (PT-MS) citou nominalmente ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre os quais teria influência.
Com a promessa de interceder a favor de Cerveró, ele disse ter conversado com o ministro Dias Toffoli e que iria conversar com os ministros Luiz Fachin e Gilmar Mendes, além de prometer "interlocução" com o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o vice-presidente Michel Temer.
Os R$ 50 mil que Delcídio ofereceu à família de Cerveró, a serem pagos de forma parcelada, seriam financiados, segundo a conversa gravada do senador com o filho de Cerveró, por André Esteves, controlador do banco BTG Pactual. Esteves teria, segundo Delcídio, cópia de minuta do acordo de delação premiada de Cerveró o que, para a Justiça, confirma a existência de um canal de vazamento na Operação Lava Jato.
Fuga pelo Paraguai
Na conversa, interceptada pela Justiça, que durou 1 hora e 35 minutos, Delcídio chegou a sugerir três rotas de fuga a Cerveró, que tem também nacionalidade espanhola. A fuga se daria depois da obtenção de habeas corpus e seria concretizada mesmo que Cerveró fosse obrigado a usar tornozeleira eletrônica.
A porta de saída do País se daria pelo Paraguai, onde ele embarcaria num táxi aéreo Falcon 50, com autonomia para chegar à Espanha. Com isso, o senador teria a garantia de que Cerveró não revelaria segredos à Polícia Federal e à Justiça num acordo de delação premiada.