O senador e ex-jogador de futebol Romário Faria (PSB-RJ) disse nesta sexta-feira (27), em seu perfil oficial no Facebook, que pediu à Procuradoria-Geral da República (PGR) que investigue a existência de uma suposta conta bancária na Suíça que seria atribuída a ele, segundo divulgou a revista Veja em julho deste ano.
A manifestação do senador ocorre dois dias depois de vir à tona gravação de conversa entre o senador Delcídio Amaral (PT-MS) e o advogado Edson Ribeiro em que eles negociavam para tentar impedir a delação premiada do ex-diretor Internacional da Petrobras Nestor Cerveró. Em um trecho, Ribeiro, que foi preso na manhã desta sexta, afirma que Romário tinha dinheiro numa conta na Suíça, mas foi avisado para retirá-lo para não "ser preso".
O senador, que nega ter dinheiro no exterior, divulgou um texto na rede social no qual afirma ter encaminhado um ofício ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot: "Tomei a iniciativa de pedir ao Ministério Público do Brasil que provoque o Ministério Público suíço para instaurar uma investigação a fim de apurar se a suposta conta bancária apontada pela revista Veja, como sendo de minha titularidade do BSI, realmente existe e, ainda, se algum dia existiu, assim como se já houve qualquer movimentação na conta bancária. Sou o maior interessado que a verdade venha à tona", diz o texto.
Na mensagem, o senador ainda se manifesta em relação à gravação divulgada nesta quarta. No áudio, Ribeiro afirma a Delcídio que recebeu a informação de que Romário tinha dinheiro guardado numa conta na Suíça e que foi avisado para retirar o valor do paraíso fiscal europeu, evitando, assim, uma prisão. Em troca, Romário, segundo o advogado, teria supostamente aceitado apoiar Pedro Paulo como candidato a prefeito do Rio na sucessão de Eduardo Paes (PMDB-RJ).
"A suposta fraude para me favorecer merece ser apurada e uma nova resposta deve ser dada a todos os cidadãos brasileiros, em especial aos cariocas e fluminenses que a mim confiaram o seu voto", diz a nota de Romário.
Em agosto deste ano, o banco BSI disse em carta encaminhada ao parlamentar que o extrato divulgado pela Veja era "falso" e informou ter aberto uma queixa penal no Ministério Público de Genebra. O BSI não informa, porém, se Romário já foi cliente do banco ou se foi titular de alguma outra conta sob sua custódia. Após a polêmica, a revista divulgou uma nota pedindo desculpas ao senador.