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Em reunião no Palácio da Alvorada, na manhã desta terça-feira (1) a presidente Dilma Rousseff apelou a líderes da base governista na Câmara e no Senado para que garantam a aprovação do projeto de lei do Executivo, o PLN 05, que altera a meta do superávit primário de 2015 e autoriza o governo a adotar como meta um déficit primário de R$ 51,2 bilhões, que pode chegar a R$ 119,9 bilhões com o pagamento das chamadas pedaladas fiscais.
A presidente disse saber que a oposição tentará obstruir a votação da sessão do Congresso, marcada para esta noite, mas deixou claro que a medida "tem que ser aprovada", segundo relatos de participantes do encontro.
De acordo com um líder presente, a presidente afirmou que, assim que a nova meta for aprovada, haverá um descontingenciamento do orçamento. Ainda de acordo com participantes do encontro, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, afirmou que, caso o PLN 05 não seja aprovado nesta noite, vários serviços essenciais "podem entrar em risco" a partir da semana que vem, citando como exemplo o INSS, serviços de limpeza, conservação e manutenção.
O assunto dominou quase toda reunião, mas também falou-se em CPMF. De acordo com participantes do encontro, Dilma disse que o governo não queria aumentar impostos mas considerou o chamado imposto do cheque como menos danoso. No entanto, ela disse que esse não era um tema para enfrentamento hoje.
Participara cerca de 30 deputados e senadores, além do vice-presidente Michel Temer e dos ministros Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) e Nelson Barbosa (Planejamento).
Com o agravamento da crise política gerada pela prisão do senador Delcídio Amaral (PT-MS) na semana passada, Dilma decidiu assumir pessoalmente a articulação política do governo para garantir a aprovação do projeto que altera a meta fiscal de 2015 e desmobilizar as movimentações pelo seu impeachment.