O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pretende dar sequência à agenda do dia na Casa e no Congresso Nacional, minimizando a ação da Polícia Federal que determinou busca e apreensão em residências e escritórios de nomes nacionais no PMDB. Renan e o líder do partido na Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE), deixaram nesta tarde a reunião de líderes sem falar com a imprensa.
Senadores confirmaram que Renan pretende dar continuidade às votações no Senado com a PEC que destina os recursos da repatriação ao ICMS e, em seguida, o próprio projeto de repatriação de recursos de brasileiros no exterior. O presidente do Senado, entretanto, não se pronunciou oficialmente sobre a condução da agenda. Mais cedo, Renan confirmou à reportagem que havia telefonado para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para marcar sessão do Congresso Nacional hoje à noite, que avaliará vetos presidenciais. Ele confirmou que, possivelmente, haja também nova convocação para amanhã para a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Nesta manhã, a Polícia Federal deflagrou nova fase da operação Lava Jato, com buscas e apreensões em diversos endereços, atingindo lideranças nacionais do PMDB, como Eduardo Cunha, os ministros Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) e Henrique Eduardo Alves (Turismo) e o senador Edison Lobão (PMDB-MA).
A sede do PMDB em Alagoas também foi vasculhada pelas investigações da Polícia Federal nesta manhã. O presidente do diretório regional do partido neste Estado é Renan Calheiros, que é alvo de cinco inquéritos na operação Lava Jato.
Câmara
De acordo com o líder do PV na Câmara, deputado Sarney Filho (MA), o presidente da Casa está disposto a colocar para votar em plenário nesta tarde matérias do ajuste fiscal, como a PEC dos Precatórios, mas a maioria dos líderes tem ponderado que não há clima para votação nesta terça-feira.
"O presidente da Câmara está conduzindo a reunião normalmente, como se nada tivesse acontecido. Ele quer botar as matérias para votar, mas achamos que não há clima para isso", afirmou ao sair da reunião de líderes partidários no gabinete da presidência da Casa.
Além da PEC dos Precatórios, Cunha afirmou ontem à tarde que pretendia pôr em votação na Câmara, antes da sessão do Congresso Nacional prevista para 19h, as medidas provisórias 690 e 692, também consideradas do ajuste fiscal.