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O plenário do Congresso aprovou nesta quinta-feira (17) o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2016, no qual consta a redução da meta fiscal de 0,7% para 0,5% do PIB, sem deduções. O novo texto foi articulado na quarta-feira (16) por integrantes da base aliada e da oposição da Comissão Mista de Orçamento (CMO) como forma de impedir o programa Bolsa Família de um corte de R$ 10 bilhões, conforme defendia o relator-geral do Orçamento do próximo ano, deputado Ricardo Barros (PP-PR).
A proposta difere do que havia sido apresentado pela presidente Dilma Rousseff na terça-feira (15) quando ela sugeriu uma banda fiscal que iria variar de zero a 0,5% do PIB, a julgar pelos abatimentos e pela frustração de receitas da atividade econômica
Antecipado pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o novo parecer do relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2016, deputado Ricardo Teobaldo (PTB-PE), prevê que a meta do setor público consolidado será de R$ 30,554 bilhões (exatos 0,5% do PIB). Pela proposta, a União terá de arcar com R$ 24 bilhões da meta (0,4% do PIB) e os estados e municípios R$ 6,554 bilhões (0,1% do PIB). A meta anterior do setor público consolidado era de R$ 43,8 bilhões (0,7% do PIB).
A articulação para se propor uma meta mais rígida foi comandada principalmente pela presidente da comissão, senadora Rose de Freitas (PMDB-ES). A parlamentar era uma das ardorosas defensoras de se manter a meta fiscal de 0,7% do PIB, uma das principais bandeiras do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Na segunda e na terça-feira, Rose reuniu-se com Levy para discutir a proposta e conseguiu construir uma solução mais próxima de agradar a todos os lados. Posteriormente, o Palácio do Planalto resolveu endossar a proposta.
Em entrevista antes da votação, Barros disse considerar que o ministro da Fazenda sai vencedor, porque propôs um orçamento superavitário. "Embora o governo tivesse proposto zerar o déficit descontando aplicações do PAC, o Congresso decidiu manter o superávit", frisou.
Durante a sessão do plenário, a oposição fez questão de criticar a dubiedade do governo em definir a meta. "Foram as oposições que mantiveram o superávit primário de 0,5%, o que é muito pouco, porque o ministro Levy queria 0,7%", disse o deputado Cláudio Cajado (DEM-BA). "O ministro Levy está demissionário por causa da falta de convicção do governo com a política fiscal", avaliou o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG).