A presidenta Dilma Rousseff disse nesta segunda-feira (21) que o fortalecimento do Mercosul passa necessariamente pela adoção de formas mais ágeis de cooperação comercial e pela formação de cadeias produtivas internacionais. “Nossa decisão de fortalecer economicamente, comercialmente o bloco, por meio da eliminação de barreiras comerciais, expressa nosso compromisso de longo prazo com o Mercosul. O Brasil se empanhará em levarmos essa tarefa a bom termo. Tenho certeza que todos nós aqui percebemos a importância da eliminação de barreiras comerciais para levarmos o Mercosul a bom termo”, disse ao discursar na 49ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados em Assunção, no Paraguai.
Para Dilma, o bloco precisa resolver a questão “das assimetrias regionais” o que acredita só ser possível com maior cooperação comercial e sobretudo com a construção dessas cadeias produtivas.
“A economia contemporânea é dinâmica. Nós precisamos adaptar-nos às mudanças sob pena de comprometer a competitividade das nossas empresas e a atratividade de nossas economias aos investidores”, afirmou, defendendo a aprovação até 2016 da revisão do protocolo de compras governamentais do Mercosul. A facilitação de investimentos vai, segundo a presidenta, trazer de volta empregos e permitirá superar as dificuldades econômicas atuais.
Crise econômica
Ainda durante discurso na Cúpula, a presidenta disse que apesar das medidas contracíclicas tomadas pelo Brasil para proteger a economia da crise econômica, a lentidão da recuperação mundial e sobretudo a violenta queda dos preços das commodities, aliados a fatores internos afetaram o crescimento brasileiro de forma conjuntural.
"Nossa economia tem fundamentos sólidos. Temos elevadas reservas e temos uma situação financeira sob controle. Estou certa de que a reorganização do quadro fiscal no Brasil logo trará resultados positivos juntamente com o fim da crise política que tem afetado meu segundo mandato desde o seu início", disse, garantindo que o Brasil está determinado a reduzir a inflação, conseguir a estabilidade macroeconômica, aumentar a confiança na economia e a garantir a retomada sólida e duradoura do crescimento.
Presidente argentino
Após exaltar a construção e consolidação da democracia depois de “anos de autoritarismo" na região, Dilma deu como exemplos a eleição presidencial na Argentina e a parlamentar na Venezuela. "Dois exemplos recentes que mostram a nossa maturidade", destacou.
A presidenta Dilma Rousseff deu as boas-vindas ao novo presidente argentino, Maurício Macri, que participa, pela primeira vez, de uma reunião do bloco. "Quero, em especial, dar os parabéns ao presidente Macri. Quero dar as boas-vindas. Desejo êxito a ele. A Argentina constitui um dos eixos desta nossa organização regional", ressaltou.
Dilma retorna nesta tarde a Brasília, onde no fim da tarde dará posse no Palácio do Planalto aos novos ministros da Fazenda, Nelson Barbosa, e do Planejamento, Valdir Simão.