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PF suspeita que pagamento a filho de Lula pode ter relação com caças

Documentos apreendidos pela PF, revelados pelo Estado, indicam que ele também fez gestões junto ao governo federal pela compra dos caças

Do Estadão Conteúdo
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Publicado em 22/01/2016 às 17:40
Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula
Documentos apreendidos pela PF, revelados pelo Estado, indicam que ele também fez gestões junto ao governo federal pela compra dos caças - FOTO: Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula
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A Polícia Federal suspeita de que os pagamentos de R$ 2,5 milhões feitos a um dos filhos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenham relação não só com a edição de medidas provisórias, mas também com a compra dos caças suecos Gripen, da Saab, pela Força Aérea Brasileira (FAB). Em depoimento prestado à PF e obtido pelo jornal O Estado de S.Paulo, Lula disse que essas hipóteses são "um absurdo".

Perguntado se os repasses a Luís Cláudio Lula da Silva foram "alguma contraprestação por serviços prestados" pelo ex-presidente "à Saab para que essa viesse a vencer a concorrência para a compra dos caças", Lula disse, conforme registrado na transcrição do depoimento, que "nega veementemente e considera essa hipótese um absurdo, já que nunca teve atuação relacionada a esse assunto".

O delegado Marlon Cajado também quis saber se os valores pagos a Luís Cláudio seriam "em decorrência da elaboração de medidas provisórias por ele, enquanto presidente, ou para influenciar em 'vetos' ou 'não vetos' a emendas em medidas provisórias". Lula afirmou que considera essa hipótese "outro absurdo, uma vez que as medidas provisórias seguiram todo o trâmite regular dentro do Poder Executivo e foram aprovadas pelas duas casas do Congresso Nacional".

Como revelou o jornal O Estado de S.Paulo em outubro, a empresa LFT Marketing Esportivo, que pertence a Luís Cláudio Lula da Silva, recebeu pagamentos de R$ 2,5 milhões da Consultoria Marcondes e Mautoni Empreendimentos, do lobista Mauro Marcondes Machado. Ele e a mulher, Cristina Mautoni, estão presos, acusados de operar suposto esquema de pagamento de propina a servidores e autoridades federais para viabilizar medidas provisórias do interesse de montadoras de veículos.

Mauro Marcondes também foi representante do grupo que controla a Saab. Documentos apreendidos pela PF, revelados pelo Estado, indicam que ele também fez gestões junto ao governo federal pela compra dos caças.

Lula foi questionado sobre documentos apreendidos na Marcondes e Mautoni que faziam menção a tratativas com o ex-presidente e o Instituto Lula para favorecer a Saab. Um deles citava uma "solicitação da empresa sueca para que o ex-presidente levasse seu apoio à contratação da Saab para a presidente Dilma (Rousseff)". O ex-presidente disse que "nunca recebeu ou levou esse assunto ao conhecimento da presidente". Lula frisou que "nunca discutiu com Dilma sobre a contratação de caças para a indústria brasileira".

A negociação para a compra dos caças começou no governo Lula e foi concluída na gestão Dilma. Ao fim de seu segundo mandato, em 2010, o ex-presidente declarou que conversaria sobre o assunto com a então presidente eleita. "É uma decisão importante, daquelas que não posso tomar sozinho, faltando um mês e meio para terminar meu mandato, porque é uma decisão do longo prazo"

O ex-presidente afirmou que nunca tratou a respeito com Mauro Marcondes.

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