TRÍPLEX

Lula vai à Justiça para não ser levado a depor

A defesa de Lula protocolou no Tribunal de Justiça de São Paulo, um pedido de habeas corpus para evitar o depoimento do petista na investigação sobre o apartamento tríplex

Do Estadão Conteúdo
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Publicado em 01/03/2016 às 11:47
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A defesa de Lula protocolou no Tribunal de Justiça de São Paulo, um pedido de habeas corpus para evitar o depoimento do petista na investigação sobre o apartamento tríplex - FOTO: Foto: Agência PT
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A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva protocolou nesta segunda-feira (29), no Tribunal de Justiça de São Paulo, um pedido de habeas corpus para evitar o depoimento do petista na investigação feita pelo Ministério Público Estadual de São Paulo sobre o apartamento tríplex reservado à sua família no Guarujá (SP). 

A oitiva de Lula, da ex-primeira-dama Marisa Letícia e de Fábio Luiz, o Lulinha, filho mais velho do casal, está marcada para quinta-feira (3). Na intimação, o promotor Cássio Conserino ameaça conduzir o ex-presidente coercitivamente em caso de recusa.

Segundo o Instituto Lula, o habeas corpus alega que, na condição de investigado, o ex-presidente tem direito ao silêncio e não pode ser conduzido coercitivamente. 

Erro

Conserino, no entanto, declarou ontem não ter intenção de conduzir coercitivamente o ex-presidente e que o termo "condução coercitiva" foi escrito erroneamente na intimação. "Talvez tenham utilizado modelo padrão para notificação de testemunhas, uma vez que nessa hipótese é possível", assinalam os promotores Conserino e Fernando Henrique de Moraes Araújo. 

 

Ainda ontem Lula protocolou documento no MPE por meio do qual apresenta sua versão sobre o tríplex 164-A do condomínio Solaris, no Guarujá (SP), imóvel do qual ele nega ser o proprietário. Em nota, o Instituto Lula informou que o ex-presidente e a ex-primeira-dama "prestarão todos os esclarecimentos por escrito e não em audiência".

 

Com essa estratégia - "explicações escritas" -, o petista busca esclarecer dúvidas sobre o imóvel levantadas na investigação conduzida pelo promotor.

 

Conserino já havia intimado uma primeira vez o ex-presidente para depor no dia 17 de fevereiro. Mas uma liminar obtida pela defesa do petista no Conselho Nacional do Ministério Público barrou o depoimento. Na semana passada, o conselho, por unanimidade, autorizou a continuação das investigações no âmbito da Promotoria. Na sexta-feira passada, Conserino novamente intimou Lula.

Em nota, o Instituto Lula afirmou ontem que "os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de sua esposa, Marisa Letícia, protocolaram junto ao Ministério Público de São Paulo as explicações escritas a respeito da investigação sobre o apartamento tríplex, no Guarujá. Os esclarecimentos foram enviados em decorrência de novo depoimento marcado pelo promotor de justiça Cassio Conserino."

'Prejulgamento'

O instituto do ex-presidente reafirmou que houve "prejulgamento ou antecipação de juízo de valor" por parte do promotor Cássio Conserino, que, em entrevista à revista Veja de 22 de janeiro, declarou, "de forma incisiva e peremptória", que iria denunciar o ex-presidente Lula e a ex-primeira-dama. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 

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