A segunda tentativa de notificar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), sobre o prazo de dez úteis dias para apresentação de sua defesa ao Conselho de Ética será feita na tarde desta segunda-feira (7), segundo assessores do colegiado. Na última quinta-feira (3) integrantes do Conselho tentaram entregar o documento ao parlamentar, mas não foram recebidos por Cunha que alegou estar em reunião no momento da tentativa.
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O Conselho de Ética aprovou, na última semana, por 11 votos a 10, o parecer do deputado Marcos Rogério (PDT-RO) pela continuidade das investigações sobre se houve quebra de decoro por parte do peemedebista. A representação contra Cunha foi protocolada pelo PSOL e pela Rede que, baseados em documentos da Procuradoria-Geral da República (PGR), afirmam que o presidente da Casa mentiu ao dizer que ele e sua família não mantêm contas na Suíça.
Para a PGR, há indícios de que estas contas receberam dinheiro do pagamento de propina em contratos da Petrobras investigados na Operação Lava Jato.
A defesa do parlamentar nega as acusações e pode apresentar novos recursos para tentar anular a aprovação do parecer. Diante da decisão do colegiado, o advogado de Cunha, Marcelo Nobre, reiterou críticas à condução dos trabalhos no Conselho, afirmando que Cunha não teve direito a defesa prévia na fase de admissibilidade e disse que dúvidas levantadas por alguns parlamentares sobre o processo não foram respondidas pelo presidente do colegiado, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA).
Cunha deve chegar a Brasília no final da manhã de hoje. Caso o Conselho não consiga notifica-lo na segunda tentativa, ainda será possível mais uma investida. Após três tentativas, a notificação será publicada no Diário Oficial da Câmara e o prazo começa a correr.