O ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a abertura de um terceiro inquérito contra o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no âmbito das investigações sobre o esquema de corrupção na Petrobras.
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O inquérito é baseado em indícios de que o parlamentar teria recebido R$ 52 milhões em propina nas obras do Porto Maravilha. Cunha é réu na Operação Lava Jato por corrupção e lavagem de dinheiro e nega ter recebido as vantagens ilegais.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, suspeita que o deputado solicitou e recebeu propina de um consórcio formado pelas empreiteiras Odebrecht, OAS e Carioca Engenharia.
O novo inquérito tem como base as delações dos empresários Ricardo Pernambuco Júnior e seu pai, Ricardo Pernambuco. Ambos apontaram o presidente da Câmara, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e o doleiro Mário Góes, como beneficiários de um esquema de propinas na estatal.
Segundo os empresários, que firmaram acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República, o peemedebista teria recebido o equivalente a 1,5% dos títulos comprados pelo Fundo de Investimentos do FGTS (FI-FGTS), paga em 36 parcelas. A primeira transferência, de quase US$ 4 milhões, foi realizada para uma conta no Israel Discount Bank.
No pedido de abertura de investigação ao STF em fevereiro, o procurador-geral destacou que as informações repassadas pelos delatores são "robustas". A investigação preliminar já conta com documentos bancários que indicam transferências, extratos de contas na Suíça e correspondências eletrônicas.
Na semana passada, Cunha se tornou o primeiro parlamentar réu em uma ação na Lava Jato, pelo suposto recebimento de propina em contratos de navios-sonda com a Petrobra. Na última sexta-feira, Janot ofereceu ao STF uma denúncia contra o parlamentar referente a existência de contas na Suíça.
Procurada, a assessoria do presidente da Câmara informou que não iria se manifestar sobre a abertura do novo inquérito.