O advogado Eduardo Valadão, réu na ação penal decorrente da Operação Zelotes, da Polícia Federal, negou nesta quarta-feira (9), em depoimento prestado à Justiça Federal, em Brasília, que tenha contatos políticos ou que tenha tentado induzir a aprovação de medidas provisórias. A operação investiga um suposto esquema de venda de sentenças do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) para beneficiar empresas que foram multadas pela Receita Federal. O Carf é um órgão do Ministério da Fazenda onde contribuintes recorrem contra multas.
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Esse é o segundo dia de depoimentos. Eduardo Valadão foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) em novembro do ano passado, junto com outras 15 pessoas. Segundo a Polícia Federal, o esquema também negociava medidas provisórias a favor de empresas do setor automobilístico.
“Eu não tenho nenhum tipo de envolvimento político. Nunca tive relacionamento dentro da política que pudesse me dar qualquer tipo de possibilidade de tratar qualquer assunto relativo à medida provisória objeto da denúncia”, disse o advogado, ao ser interrogado pelo juiz federal Vallisney de Souza, titular da 10ª Vara Federal em Brasília.
Durante toda a audiência, Valadão negou as acusações feitas contra ele, como lavagem de dinheiro e corrupção. O advogado disse ainda que não tinha conhecimento da área tributária.
Depois de responder às perguntas feitas pelo juiz, o advogado se negou a responder questionamentos do procurador do Ministério Público Federal Frederico Paiva. Ao fazer comentários sobre a situação, o procurador foi interrompido pelos advogados e houve discussão.
No período da tarde, será ouvido outro réu da ação, Mauro Marcondes, sócio de José Ricardo da Silva, ex-conselheiro do Carf.
Silva, que foi interrogado ontem (8), está preso preventivamente na Penitenciária da Papuda, em Brasília, desde outubro do ano passado.