CÂMARA DOS DEPUTADOS

Após divulgação de grampos, oposição pede renúncia de Dilma e prisão de Lula

"Se espera que amanhã (quinta-feira), a partir das 6h da manhã, a Polícia Federal esteja na porta da residência do ex-presidente Lula", disse Mendonça Filho (DEM-PE)

Do Estadão Conteúdo
Cadastrado por
Do Estadão Conteúdo
Publicado em 16/03/2016 às 21:00
Foto: Fotos Públicas
"Se espera que amanhã (quinta-feira), a partir das 6h da manhã, a Polícia Federal esteja na porta da residência do ex-presidente Lula", disse Mendonça Filho (DEM-PE) - FOTO: Foto: Fotos Públicas
Leitura:

A oposição ao governo na Câmara pediu na noite desta quarta-feira (16), a renúncia da presidente Dilma Rousseff e a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva após a divulgação de uma ligação telefônica em que os dois foram flagrados conversando sobre a entrega antecipada do termo de posse de Lula como ministro da Casa Civil.

"A casa caiu. A presidente está fazendo obstrução da Justiça. Entendemos que ela é passível de interdição. Vamos pedir a renúncia de Dilma e que se cumpra voz de prisão ao ex-presidente Lula", afirmou o líder do DEM, Pauderney Avelino (AM). "Não tem outro caminho senão a renúncia", reforçou o líder do PSDB, Antonio Imbassahy (BA).

"Se espera que amanhã (quinta-feira), a partir das 6h da manhã, a Polícia Federal esteja na porta da residência do ex-presidente Lula", disse o deputado Mendonça Filho (DEM-PE). "Renúncia é o mínimo que ela poderia oferecer ao povo brasileiro", completou.

"O governo acabou. Ambos não merecem outro lugar senão a prisão", afirmou Rubens Bueno (PR), líder do PPS.

O vice-líder do PSDB na Câmara, deputado Betinho Gomes (PE), afirmou que ingressará com uma denúncia formal na Organização das Nações Unidas (ONU) apontando que o Brasil feriu convenção da entidade de 2003 para combate à corrupção ao nomear Lula para o ministério. De acordo com o deputado, a formalização da denúncia será feita assim que a nomeação seja oficializada no Diário Oficial da União (DOU).

Ruas

Partidos de oposição apostam na pressão das ruas sobre os parlamentares para impedir que o ingresso do petista no Palácio do Planalto reverta a atual crise política e esfrie os ânimos favoráveis ao impeachment.

"Vai haver eleição em outubro e os deputados não moram em Brasília. Alguns deputados serão candidatos, outros apoiarão (candidatos) e serão cobrados", afirmou o líder do DEM na Câmara, Pauderney Avelino (AM). "Parlamentares são sensíveis às ruas", salientou Avelino. "O ambiente está muito conturbado. Lula está sendo acossado pela Justiça, a qualquer momento pode virar réu. Não tem margem para manobra", disse o deputado.

O líder do PPS na Casa, Rubens Bueno (PR), foi na mesma linha. "O capital político dele (de Lula) é este que foi indicado pelas ruas (nas manifestações do último domingo, 13)", disse o deputado. "A base está sendo pressionada pela população a votar rapidamente o impeachment", afirmou Bueno.

Em nota divulgada no final desta manhã, o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), afirmou que "a nomeação do ex-presidente Lula para a Casa Civil, anunciada hoje, é um tapa na cara da sociedade que foi às ruas pedir o fim do governo Dilma e apoiar a Operação Lava Jato".

Críticas

Os líderes oposicionistas na Câmara estenderam-se em críticas à nomeação. Os partidos ingressaram ontem na Justiça Federal do Distrito Federal com ação popular para tentar impedir a posse de Lula. Nesta quarta-feira, farão o mesmo em todos os 26 Estados brasileiros.

"A Casa Civil do governo do PT é o lugar de onde os ministros saem queimados. O Lula já chega queimado", disse Pauderney Avelino. "O que esperar de um governo desses?", questinou.

"Ela (Dilma) está que não quer mais governar. Está entregando o governo num último suspiro", afirmou Rubens Bueno, para quem a nomeação de Lula é sinal de desespero. "Desesperado, o governo não tem a quem apelar", disse Bueno.

"Em vez de se explicar e assumir as suas responsabilidades, o ex-presidente Lula preferiu fugir pelas portas do fundo. Vai assumir um ministério para garantir foro privilegiado e escapar do juiz Sérgio Moro. É uma confissão de culpa e um tapa na cara da sociedade. A presidente Dilma, ao convidá-lo, torna-se cúmplice dele", afirmou Antonio Imbassahy em sua nota.

"É um governo que não tem mais nenhuma serventia ao país, apenas ao PT, Lula e Dilma. O Estado brasileiro, depois de ter sido tomado de assalto nestes últimos 13 anos para abastecer os cofres de um projeto político, está sendo transformado em refúgio de investigados. Isso é inadmissível", disse o líder tucano.

 

Últimas notícias