Pouco após a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro da Casa Civil, o líder do PT no Senado, Paulo Rocha (PA), acusou o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), de ter liderado o "processo de polarização" no País. A troca de acusações entre governistas e oposicionistas elevou a tensão no plenário, que quase desembocou em uma briga física.
Em dura fala, Rocha disse que o ex-presidente não é "bandido" nem "salafrário", mas sim uma liderança política brasileira que lutou pela democracia e foi presa durante a ditadura militar.
O líder do PT criticou Aécio, presente em plenário, de ter comandado o movimento que tensiona o País e ainda ironizou o que chamou de "efeito bumerangue" das delações: quando é contra o governo, ela é válida, mas é desqualificada se envolve a oposição, como foi o caso de uma menção ao senador do PSDB.
Aécio afirmou que a oposição não tem a "força" de acirrar os ânimos no País. Ele justificou que os motivos para esse acirramento foram a sucessão de denúncias de corrupção e as medidas equivocadas na economia que levaram o Brasil à recessão. O tucano criticou ainda o "ataque às instituições e a demonização da imprensa" promovida pelo governo.
A tensão aumentou no plenário e Rocha, com dedo em riste apontando para os senadores, foi cobrado pelo senador do PSDB Ataídes Oliveira (TO) por falar de costas para a Mesa Diretora, fato que é proibido pelo regimento interno da Casa.
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) interveio fora do microfone e cobrou ao tucano que ficasse "quieto". Oliveira respondeu: "Você é moleque". Lindbergh disse que não leva "a sério" o senador tucano e, diante do bate-boca, um grupo de parlamentares se colocou fisicamente entre ambos para que não houvesse um confronto.