A avenida Paulista já está fechada nos dois sentidos por manifestantes que participarão do ato de apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e contrários ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, marcado para começar às 16 horas desta sexta-feira, em frente ao Masp. Um caminhão de som tocando "Lula lá", jingle de campanhas antigas do petista, marcou o fechamento dos dois sentidos da vida via, entre as ruas Pamplona e Peixoto Gomide. A interrupção do trânsito foi autorizada pela Polícia Militar.
A assessoria de imprensa do ex-presidente Lula disse que o petista ainda avalia se participará do ato. Lula analisaria as condições de segurança para participar, já que os ânimos nas ruas estão acirrados. Mais cedo, por volta das 12 horas, o presidente estadual do PT, Emídio de Souza, confirmou que Lula iria. No início da semana, o presidente Nacional do PT, Rui Falcão, também afirmava que Lula participaria.
No início da tarde, o clima esquentou em um restaurante próximo ao local da manifestação. Participantes do ato favorável à presidente Dilma e ao ex-presidente Lula que almoçavam no local foram hostilizados por um grupo de jovens, na esquina da Avenida Paulista com a Alameda Casa Branca. Os agressores tentaram intimidar dois fotógrafos que registraram o princípio de confusão. "Se você publicar essa foto eu vou atrás de você", disse um deles. Em seguida os jovens foram embora.
Apesar do incidente, o tenente-coronel Henrique Motta, que comandou a Polícia Militar nos atos do Movimento Passe Livre (MPL) em janeiro deste ano, garantiu a segurança da manifestação "Está dentro da mais absoluta tranquilidade. Eles vão ficar parados e espero que tudo termine bem", disse.
Uma faixa com o texto "Somos Todos Dilma" foi uma das primeiras manifestações a ser colocada na calçada em frente ao Masp. Além de defender o legado do PT no governo e repudiar o que chamam de violação da democracia, os manifestantes carregam cartazes com pedidos de investigação e responsabilização pela tragédia na boate Kiss, em Santa Maria (RS), frases sobre a luta antimanicomial e a diversidade de gênero.
Organizadores do ato informaram que a Gaviões da Fiel confirmou presença na manifestação. O alvo da torcida organizada é o presidente da Assembleia Legislativa, Fernando Capez (PSDB), suspeito de envolvimento com a máfia das merendas.
Os manifestantes pró-Dilma iniciaram a concentração por volta das 10 horas, cerca de uma hora depois da tropa de choque da PM dispersar manifestantes que pedem o impeachment da presidente. Às 9 horas, a polícia usou jatos d'água e bombas de efeito moral para dispersar manifestantes contrários ao governo Dilma Rousseff, que acampavam e interditavam a Avenida Paulista desde a noite de quarta-feira.