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Funcionário do Itamaraty que enviou telegramas com alerta de golpe é advertido

Primeiro texto foi remetido por volta do meio-dia, solicitando que cada posto diplomático no exterior designasse um servidor para dar suporte ao diálogo entre Itamaraty e sociedade civil

Do Estadão Conteúdo
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Publicado em 23/03/2016 às 12:43
Foto:AFP/ TASSO MARCELO
Primeiro texto foi remetido por volta do meio-dia, solicitando que cada posto diplomático no exterior designasse um servidor para dar suporte ao diálogo entre Itamaraty e sociedade civil - FOTO: Foto:AFP/ TASSO MARCELO
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Depois de enviar telegramas a todas as embaixadas do Brasil no exterior alertando para a possibilidade de um golpe político no País, o funcionário do Itamaraty Milton Rondó Filho foi advertido pelo ministério. As circulares, disparadas na sexta-feira (18) foram tornadas "sem efeito" no mesmo dia, pois teriam sido enviadas "sem autorização superior".

O primeiro texto foi remetido por volta do meio-dia, solicitando que cada posto diplomático no exterior designasse um servidor para dar suporte ao diálogo entre Itamaraty e sociedade civil. O segundo, enviado às 16h, trazia uma nota assinada pela Associação Brasileira de Organizações Não-Governamentais (Abong), que manifestou "profunda preocupação" com a crise política no Brasil e defendeu a luta pela democracia. "Não ao Golpe! Nossa luta continua!", finaliza o texto.

A ordem foi abortada pelo Itamaraty com um outro comunicado, em que o secretário-geral do Itamaraty, Sérgio Danese, pediu que os telegramas anteriores fossem desconsiderados.  Mesmo depois desse aviso, outra circular foi enviada, reproduzindo uma carta aos movimentos sociais da América Latina. "Denunciamos o processo reacionário que está em curso no país contra o Estado Democrático de Direito", diz o texto, que também foi anulado.

Diplomatas ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo dizem que os telegramas tinham a intenção de sensibilizar a sociedade civil de todo o mundo quanto a uma "ameaça à democracia".  A atitude de Rondó - que, segundo fontes, seria conhecido por defender o governo da presidente Dilma Rousseff - gerou mal-estar dentro do Ministério. O Itamaraty afirmou que o ministro, que atua no setor de combate à fome, foi "admoestado".

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