Presidente estadual do PMDB, o vice-governador Raul Henry está em Brasília, nesta terça-feira (29), onde participará da reunião em que o partido decidirá se abandona o governo da presidente Dilma Rousseff (PT). Para Henry, a legenda deverá retirar seu apoio ao governo e não há outro caminho para Dilma que não o impeachment.
"Todas as informações que nós temos é que o governo federal não tem nem 120 votos para resistir ao impeachment. Ele precisa de 172, mas na contabilidade não chega a 120. Esse é um sentimento que está generalizado. No Senado, o placar é preciso que existam 42 votos acatando o processo", avaliou o vice-governador em entrevista à Rádio Jornal.
Henry disse, ainda, que mesmo que Dilma consiga votos suficientes para impedir o impeachment, não teria condições de governabilidade. "O mais grave para o Brasil hoje seria Dilma permanecer no poder por dois, três, quatro votos, porque ela não teria condições de governabilidade pelos dois anos seguintes. Acho que vai haver um movimento muito grande por esse movimento pelo impeachment e vai haver uma ampla maioria pelo impeachment na Câmara e acho que haverá também no Senado", afirmou.
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O vice-governador defendeu, ainda, um governo de coalização de Michel Temer (PMDB) e afirmou que o processo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em que são avaliadas as contas de campanha da chapa Dilma-Temer não deve atrapalhar o processo de impeachment. "O processo no TSE, ele corre muito mais lentamente,porque é preciso um levantamento de evidências, provas, há possibilidade de recursos. E o processo de julgamento do impeachment no Congresso Nacional, ele é muito mais rápido. Apesar de seguir um rito constitucional, é um julgamento político, feito por duas casas políticas, a Câmara e o Senado", disse.
Raul Henry afirmou, ainda, que o deputado Jarbas Vasconcelos só conseguirá chegar à presidência da Câmara se conseguir um apoio de outras legendas. "Não sei se ele será presidente da Câmara dos Deputados. Ele só poderá ser candidato a presidente se ele tiver o mínimo de apoio, uma base de lançamento que tivesse partidos como o PSB, o PPS, a Rede, o PSDB", declarou.