O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse esperar que a indefinição sobre a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro-chefe da Casa Civil seja resolvida rapidamente, para que outros assuntos entrem na agenda do país. Segundo ele, a ida de Lula para o governo é uma “grande aquisição” por sua “habilidade política”.
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Mercadante disse que esse é um assunto que está nas mãos do Supremo Tribunal Federal, mas precisa ser superado. Nesta terça-feira, o ministro do STF, Gilmar Mendes, que aceitou pedido de liminar anulando a posse de Lula, disse que o julgamento por todos os ministros da Corte deve ocorrer na semana que vem.
Na opinião de Mercadante, Lula demonstrou que possui “papel fundamental na história recente do Brasil” devido à sua competência e capacidade de articulação. “Acho que é uma grande aquisição, e espero que a gente supere essa pauta e possa discutir os temas que ajudem o Brasil a superar a crise e melhorar a vida do povo”, avaliou.
O ministro conversou com jornalistas após participar de cerimônia nesta tarte no Palácio do Planalto, na qual lançou o programa Hora do Enem. Trata-se de uma plataforma online de estudos para o exame, usado pelos estudantes para chegar ao ensino superior público, privado e técnico, além de financiamento estudantil.
Até o final da manhã, o evento estava previsto para ocorrer na sede do Instituto Federal de Brasília, em Brasília, e não constava na agenda da presidenta Dilma Rousseff. No entanto, após notícias de que o Ministério da Educação poderia ser ofertado a alguma sigla em troca de apoio contra o impeachment, o lançamento do programa foi transferido para o Palácio do Planalto.
Segundo Mercadante, a cerimônia foi transferida para o Planalto a pedido da presidenta. “Eu liguei para a presidenta dizendo que estávamos fazendo o lançamento. Ela disse que queria participar, para a gente vir aqui para o palácio e organizar a cerimonia aqui”, explicou.
Nos últimos dias, após o rompimento do PMDB com o governo, o governo tem conversado com representantes de partidos da base aliada para distribuir os cargos que pertenciam à legenda. Devido a resistências dos ministros, porém, seis das sete pastas que o partido possuía estão ocupadas por peemedebistas.
Mais cedo, a presidenta disse, em entrevista a jornalistas, que o MEC não está em questão e que os rumores sobre trocas na pasta são “especulação”. Ela afirmou que não deve fazer qualquer reestruturação ministerial antes da votação do impeachment na Câmara dos Deputados.
De acordo com o ministro, por ser um regime presidencialista o cargo está à disposição de Dilma a qualquer momento. Ele afirmou, porém, que com as declarações, Dilma “deixou clara a visão que ela tem sobre a educação”.
Na cerimônia desta tarde, Dilma foi a última a falar, após discurso do secretário de Educação do Distrito Federal, Júlio Gregório, do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, e de Mercadante. “Eu particularmente sempre estarei para o que for necessário nesse projeto”, disse.
Durante o discurso, Dilma abordou apenas o tema da educação, não fazendo menções ao processo de impeachment. Manifestações contra o “golpe” tem sido constantes nas cerimônias no Planalto e a questão foi citada em todos os últimos discursos da presidenta.
A presidenta ressaltou a importância do Enem para democratizar o acesso ao ensino superior e elogiou o novo programa. “O que o que está faltando é um simulado que permita a todos acessar oportunidades semelhantes, melhorar desempenho pessoas que não têm como pagar cursos específico”.