IMPEACHMENT

Mesmo com decisão de ficar no governo, maioria do PR é pró-impeachment

Pelo PR, o único a defender Dilma foi o mineiro Aelton Freitas, que fez diversas referências à sustentação do advogado-geral da União

Da ABr
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Publicado em 15/04/2016 às 20:46
Foto: Lucio Bernardo Jr./Câmara dos Deputados
Pelo PR, o único a defender Dilma foi o mineiro Aelton Freitas, que fez diversas referências à sustentação do advogado-geral da União - FOTO: Foto: Lucio Bernardo Jr./Câmara dos Deputados
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A decisão da Executiva Nacional do PR de manter o apoio ao governo não foi suficiente para garantir a defesa da presidenta Dilma Rousseff pelos deputados que discursaram pelo partido na sessão desta sexta-feira (15), em que a Câmara começou a discutir a admissibilidade do processo de impeachment da chefe do governo.

Dos cinco parlamentares que subiram à tribuna, quatro se manifestaram a favor do afastamento de Dilma. Foi o caso do deputado Laerte Bessa (PR-DF), que chamou a presidenta de desonesta e a acusou de usar o dinheiro da corrupção na Petrobras para se eleger em 2014. “Estão dizendo que ela é uma santa, mas ela é uma desonesta. Por que ela é desonesta? Porque praticou estelionato eleitoral, porque participou da compra [da Refinaria] de Pasadena [nos Estados Unidos] e porque ela se elegeu com o dinheiro da Petrobras.”

Bessa afirmou que 75% de seu partido, apesar da decisão da Executiva Nacional de permanecer no governo, estão contra a presidenta. O deputado defendeu o vice-presidente Michel Temer, a quem disse conhecer desde que entrou na política e em quem acredita como solução para a crise brasileira. “Michel Temer é uma pessoa de bem, é uma pessoa honesta, e jamais ouvi falar qualquer coisa que desabonasse a sua conduta. Nunca ouvi falar que Temer se envolveu com o mensalão, com a Caixa de Pandora ou com a Lava Jato. Então, temos um homem íntegro para comandar o país e tirá-lo da crise.”

Maurício Quintela Lessa (PR-AL) disse que respeita a decisão do partido, mas ressaltou: "em uma votação dessa natureza, nós, deputados que viemos aqui à tribuna, e que vamos dar o nosso voto no domingo, não temos esse vínculo inquebrantável”. O parlamentar revelou que foi difícil se decidir pelo impeachment, mas disse que tomou a decisão depois de ver que o crime “foi consumado” e que a presidenta “dividiu o país”. “A meu ver, a presidente da República cometeu vários crimes de responsabilidade. E, por isso, eu, no domingo, vou votar pela admissibilidade do processo.”

Pelo PR, o único a defender Dilma foi o mineiro Aelton Freitas (PR-MG), que fez diversas referências à sustentação do advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, hoje na Câmara.

Freitas disse que a abertura do processo de impeachment tem “inspiração parlamentarista” e que o Brasil vive um regime presidencialista, no qual o chefe de governo não pode ser destituído por mera impopularidade. "Em um regime presidencialista, a rua cheia não é motivo para o afastamento de um chefe de governo. É preciso que haja um fato doloso, um ato excepcional capaz de abalar os alicerces do estado. Só no sistema parlamentarista, um governo pode ser afastado por sua impopularidade ou pela desconfiança do Congresso.”

Afirmando que tem responsabilidade com o estado democrático de direito, o deputado disse que se preocupa com o futuro do país, caso o impeachment seja aprovado. “Não estamos discutindo somente o direito de uma presidenta da República seguir no cumprimento do seu mandato. O que está sendo discutido é o futuro e a qualidade da jovem democracia brasileira”, afirmou Aelton Freitas.

 

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