Alvo de críticas do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), negou que vá paralisar a pauta da Casa para pressionar os senadores a votar o processo de impeachment. Em nota, Cunha argumentou que a pauta da Câmara pode parar por vontade da maioria dos deputados e não por vontade dele.
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Nesta quarta (20), pela manhã, Renan Calheiros disse que paralisar a votação de projetos importantes, além de não ajudar o país, pode agravar a crise econômica e aumentar o desemprego. Ontem (19) e anteontem (18), em entrevista a jornalistas, Cunha disse que "dificilmente" a Câmara votará projetos enquanto o Senado estiver decidindo se aceita a denúncia que pode provocar o afastamento de Dilma por até 180 dias. Para o peemedebista, o governo “deixou de existir” para os deputados.
Em nota divulgada pela assessoria da presidência da Câmara, Cunha argumentou que “em momento algum declarou que iria paralisar os trabalhos da Casa”. “Eu, como presidente, vou colocar a pauta para votar, os partidos é que vão decidir”, diz outro trecho da nota.
Para Renan, no entanto, a paralisia anunciada pelo presidente da Câmara não "ajuda o Brasil". “Não são matérias de governo. São matérias para o país. A paralisação da Câmara não ajuda o Brasil. Esse nocaute não ajuda o Brasil. Ele só atrapalha. Acho que neste momento de dificuldade do povo brasileiro, cada Casa pretende interagir à sua maneira ou interferir na outra Casa ou, ainda, paralisar suas ações. É muito ruim, porque ninguém vai se beneficiar do agravamento da crise, do aumento do desemprego, do aumento da desesperança”, disse o presidente do Senado.
Cunha, por sua vez, disse que não se manifestará sobre a metodologia do processo, pois avalia que essa é uma responsabilidade do próprio Senado.