Em mais uma reunião no Palácio do Jaburu, o vice-presidente Michel Temer recebeu sindicalistas nesta terça-feira (26) e ouviu pedidos para que direitos dos trabalhadores não sejam suprimidos caso assuma a Presidência da República. De forma conjunta, UGT, Força Sindical, CSB e Nova Central propuseram uma série de medidas para a retomada da atividade econômica, principalmente ações para aumentar impostos que incidem sobre os mais ricos.
Na conversa, participantes relataram que Temer ouviu mais do que falou e foi cuidadoso com as palavras. "Sempre coloca no condicional, se o destino assim quiser", disse o presidente da CSB, Antônio Neto. O presidente da Força Sindical, Paulinho da Força (SD-SP), ressaltou que Temer só vai falar de propostas concretas se assumir a presidência. Apesar das sugestões de elevação de tributos, Paulinho disse que o vice-presidente afirmou não ser preciso aumentar impostos neste momento.
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Entre os pontos defendidos pelos sindicalistas, estão a taxação de grandes fortunas e de remessas de lucros ao exterior, além de impostos sobre bens de alto valor, como helicópteros e lanchas. Outra sugestão é um programa de renovação de frotas de automóveis.
Paulinho também levou a Temer o pedido de que haja um esforço para a aprovação da Medida Provisória que acelera acordos de leniência. Para ele, empresas envolvidas na Lava Jato precisam funcionar, mesmo com seus gestores presos.
De acordo com Paulinho da Força, Temer reafirmou que o Brasil precisa de unidade e que qualquer medida enviada ao Congresso será debatida com a sociedade. Segundo ele, um dos objetivos do encontro foi apresentar as demandas do trabalhador, já que uma série de empresários e banqueiros tem se encontrado com o vice.
Na reunião, informou Paulinho, Temer não falou em "sacrifícios" à população caso assuma o novo cargo. Também disse que não vai acabar com programas sociais, como o Bolsa Família.
Centrais mais ligadas ao Partido dos Trabalhadores, como a CUT e a CTB, não participaram do encontro. Para o presidente da CSB, Antônio Neto, a visita não foi uma declaração de apoio ao impeachment. "Estamos a favor do Brasil, qualquer que seja o governo", disse.